terça-feira, 27 de março de 2012

Paraísos Artificiais


Paraísos Artificiais – O Haxixe, o Ópio e o Vinho – de Charles Baudelaire. Este livro me perseguiu durante muito tempo. Todas as vezes que eu entrava em uma banca ou em uma livraria, lá estava ele me olhando. Mas sempre deixei para a próxima vez. No meu aniversário passado, fui a livraria com a intenção de comprar alguns presentes para mim mesmo. Levei uns quatro livros para casa e um deles era este, o que me perseguia tanto. Comecei a ler e não parei mais. Apesar da leitura ser bem cansativa (gosto mais de textos rápidos e coloquiais). O assunto é interessante. São vários ensaios sobre ópio, haxixe e vinho. Lembrando que na época era o que os “pensadores” usavam com frequência. O que eu acho interessante é que ele relata suas próprias experiências. Mostrando o céu e o inferno do uso de cada substância. O que cada uma causa, o efeito, a sensação e por consequência, o preço que se paga por cada uma delas. Preço, que eu digo, me refiro a “ressaca” que vem depois de cada uma das experiências.
Tenho sempre o hábito de marcar meus livros. Sei que isso não é correto. Ficar riscando as páginas. Mas isso me ajuda a memorizar o mesmo (faço muito isso). Pois, quando o pego novamente, quando leio os tópicos marcados, consigo me lembrar de todo o assunto.

Alguns dos destaques que fiz:
“A mulher é o ser que projeta a mais negra sombra ou a mais clara luz em nossos sonhos”
“O ser humano goza do privilégio de poder tirar novos e sutis prazeres da dor, da catástrofe e da fatalidade”
“Todo homem que não aceita as condições da vida, vende sua alma”
“Aquele que puder recorrer a um veneno para pensar, em breve não poderá mais pensar sem o veneno”
“A faculdade de sonhar é uma faculdade divina e misteriosa; pois é através do sonho que o homem se comunica com o mundo tenebroso que o cerca. Mas esta faculdade precisa de solidão para se desenvolver livremente”
“O gosto precoce do mundo feminino, “mundi muliebris”, de todo este aparato ondulante, cintilante e perfumado, faz os gênios superiores”
“este mundo é um mundo de sofrimentos, de luta e de proscriação”
“Deus, o solitário por excelência.”
“No espiritual como no material, nada se perde. Da mesma maneira que toda ação, lançada no turbilhão da ação universal, é em si irrevogável e irreparável, abstração feita de seus possíveis resultados, todo o pensamento é inabalável”
“Homem nenhum pode descrever tudo o que acontece nos sonhos”
“O trabalho torna prósperos os dias, o vinho torna felizes os domingos.”
“Há sobre o globo terrestre uma vasta multidão sem nome, cujo sono não basta para adormecer os sofrimentos. O vinho torna-se para ela cantos e poemas”
“Um homem que só bebe água tem um segredo a esconder de seus semelhantes”
“na embriaguez existe o hiper sublime”

Entre muitos outros.

Este livro vale muito. Apesar de ser pequeno, tem muita filosofia e conhecimento. Muitos pensamentos úteis e questionadores. Gostei e recomendo.

sábado, 24 de março de 2012

Carpenters

Admito sempre. Sou fã desta dupla. Sintam o lirismo

Assista "Carpenters - Superstar" no YouTube

Caldas Novas

Um fim de semana tranquilo e relaxante na casa de amigos em Caldas. Adoro este lugar. Apesar do calor terrível.
Ontem, na vinda, comentávamos (eu, Graça e Lilian) o quanto que viajar faz bem
Acrescentei ainda que o melhor é ir devagar e observar a paisagem. Eu tenho sempre o hábito infantil de olhar o céu durante algum tempo. Me faz bem.
Contei a elas que quando era pequeno minha mãe achava que eu tinha algum problema. Pois eu deitava no chão da sala de casa e ficava feito besta olhando o céu. Hoje ela teria certeza.


terça-feira, 20 de março de 2012

Sofra Aí, Que Eu Sofro Aqui.

Viver é sofrer. O sofrimento é intrínseco no ato de existir. Todos sofrem. E já que eu sofro, você sofre e o outro sofre... Vou pedir mais uma cerva gelada. Este calor de Brasília está me maltratando demais!

Despreze

Pratiquemos a arte do desprezo. Desprezar é uma arte maior. Nada fere mais aos nossos opositores do que a não-reação, o Virar e seguir, o olhar superior, o silêncio. Ninguém pode agredir o silêncio. Despreze hoje e entregue nas mãos do tempo. E deixe que a lei do retorno cuide do resto. Mantenha-se limpo da lama rasteira.

Dia de Faxina

Decidi  limpar minha kitnet. E faxina sempre resulta em mergulhar no passado e jogá-lo no lixo. Pelo menos é assim comigo. Pois demoro muito a  ter este tipo de atividade. Quando era pequeno, minha mãe me encarregava de lavar o banheiro. Esta era minha missão diária enquanto ela trabalhava fora. Então, todas as vezes em que eu me encontro no início de uma faxina começo sempre pelo banheiro. Assim, sempre lembro da minha mãe.

Mas neste dia foi mais forte. Durante a ação de recolher o lixo e organizar meus inúmeros acúmulos (diga-se: revistas, manuscritos, rascunhos, livros e objetos) encontrei três conchinhas. Quando encontrei estas conchas me bateu uma saudade dolorosa da minha velha.  É o seguinte, a dois ou três anos eu excursionei pelo norte do país com a banda de metal que eu tocava.  E uma das cidades em que tocamos foi Parnaíba no Piauí. Cidade onde minha mãe nasceu. Depois que a banda fez seu show, fomos para um hotel a beira-mar, numa praia chamada Luiz Corrêia, onde eu já estive quando criança. Antes de vir morar em Brasília. Pois bem, numa tarde qualquer me sentei na areia e colhi três conchas. Fiquei segurando as três e olhando a paisagem a minha frente. Era uma tarde, acho que umas quatro horas. E o céu estava amplo, trezentos e sessenta graus de céu lindo e maravilhoso. Do lado esquerdo o Sol forte do nordeste quente, do direito uma chuva que se aproximava. Vi a graduação de cores que vinha do amarelo quente flamejante ao cinza escuro e ameaçador. As ondas batiam no meu pé, eu segurava as conchas, algumas jangadas chegavam cheias de peixe e fugindo da chuva que se aproximava.  E eu comecei a pensar na minha mãe. Uma nostalgia forte e maltratante me possuiu. Ali, naquela praia, ela andou quando criança, eu andei quando criança...  e agora estava ali, prestando uma homenagem a ela. A mulher que me amou mais do que qualquer outra na minha vida.  E vendo toda aquela cena, envolvido por sentimentos nostálgicos eu apenas pensava em poder dizer pessoalmente: Muito obrigado por tudo. Você foi a melhor entre as melhores. Guardei as conchas durante todo este tempo e hoje eu as encontrei por acaso.

E voltando para meus afazeres domésticos, na minha mão esquerda uma vassoura, na direita as conchas e no coração uma indescritível e incurável saudade.

Cercado

Mosquitos voando pelo teto do meu quarto. Alimentando-se do meu sangue. Baratas correndo por trás da estante, aranhas nos cantos das paredes, traças nos meus papéis, mariposas na lâmpada, formigas na pia...

Não importa onde eu esteja, os insetos me cercam. Me falta mais veneno.

segunda-feira, 12 de março de 2012

No Silêncio.

Aprendendo sempre. Na verdade, confirmando o que já se sabe. Pois a cada dia que se vive, aprende-se mais. Isso tenho constatado com convívio e observação de pessoas ao meu redor. Nós,humanos, somos uma mistura patética de animal e espírito. Carentes, incoerentes e perdidos nos abismos pessoais. Somos algo que ainda não deu certo ( e que sabe-se lá se um dia dará).  E como disse, ando aprendendo muito. Apenas, ficando mais calado. Em silêncio, ouve-se também com os olhos. E como nos reconhecemos através dos outros. 

domingo, 4 de março de 2012

Mocotó na Feira

Hoje foi um domingo atípico. A diferença foi o fato de que estou com uma tendinite no braço direito. Acho que foi devido a pauleira que foram os dois últimos dias lá no estúdio. Tatuei por horas seguidas. Meu corpo mandou o recado!  Acordei às dez. Eu e minha namorada fomos a feira comer nosso mocotó com cerveja ( hábito altamente recomendável). Conversamos sobre muitas coisas. Falamos de nós, falamos dos outros (principalmente) e nos cobrimos de elogios, como já é de costume (nos damos muito bem). Andamos pela feira, fui a barraca dos DVDs piratas. Queria comprar a quarta temporada do "Sons of Anarchy", mas não tinha. O cara me disse que a polícia passou por lá nesta semana e levou tudo. Inclusive das outras bancas. Depois de algumas comprinhas, fomos embora. Domingo é sempre dia de beber (pelo menos para mim). Inclusive, aviso sempre aos amigos que não adianta me convidar para sair, churrascos e etc. Gosto de ficar em casa de pernas para o ar, bebendo e comendo sem compromisso com absolutamente nada. Esta é minha meditação pessoal, e preparação para a semana.
Como o mocotó é uma comida muito forte, fiquei totalmente sem fome por horas. Não consegui almoçar. Na verdade, belisquei alguns pedaços de carne e continuei a beber. O clima está terrivelmente quente em Brasília. E nem mesmo a cerveja estava conseguindo aliviar. Fiquei na varanda, deitado na rede, tentando ler um livro. No calor, eu fico irritado e inútil. E meu braço doendo com a tendinite (mal conseguia segurar o livro). Resolvi ficar sentado no chão da sala e vendo um filme.
Mais ou menos as quatro da tarde minha namorada preparou uma caipivodka de kiwí (ela aprendeu num boteco daqui). E como digo sempre, destilados são minha kriptonita. Tomei e um sono fenomenal me derrubou. Caí na cama e acordei a pouco tempo. Tomei um bom banho e depois de ver algumas lutas de UFC, achei em um dos canais da TV, um show do Barão Vermelho (Rock in Rio), com o Cazuza nos vocais. Eu adoro rock nacional.
Bem, vou curtir aqui meu rock, sentindo o ventilador me soprar ( ao máximo), pensar na vida, na semana, na minha tendinite e no próximo domingo de mocotó na feira.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Controle Remoto.

A TV é um dos poucos móveis do meu quarto. E eu luto comigo mesmo para usá-la ao mínimo. Mas não tem jeito. Se estou cansado, deito na cama e o controle remoto me provoca. Ligo a TV e pago um valor alto: "um cantor sertanejo trocou de namorada", "o povo bloqueou mais uma estrada em uma manifestação", " a presidente finge que está fazendo algo pensando no povo que a elegeu"... um programa mostra tudo sobre "Reality Shows"... enfim. Não me acrescenta nada. A não ser uma espécie de vazio e repulsa. Inclusive, por mim mesmo. Pois se o controle está na minha mão, eu não deveria optar por isso. Mas a culpa não é só minha. Não posso me crucificar com tanta crueldade. Na verdade, estamos todos vivendo em um vácuo cultural. É complicado conseguir "não se embrenhar na lama". É quase impossível ! Temos opções, mas todas vazias. A escolha, talvez, seria recorrer a coisas do passado. Mas o passado gerou o presente. Tudo se complica.


Acabou mais um Carnaval.

Quarta-feira de cinzas. Como sempre digo e repito, não acho a menor graça no carnaval. Mas, neste de 2012 eu e a Lilian passamos em Caldas Novas, na casa de um casal de amigos. Sair da rotina e curtir novos ares sempre me fazem bem. E desta vez não foi diferente. Curtimos muito e descansamos e mente do dia a dia em Brasília. Eu, particularmente fiquei intercalando momentos de alegria e de introspecção. Ando pensando muito sobre tudo. Meu estúdio no shopping do Gama será fechado. Trabalharei somente na Asa Sul. É uma situação nova. Mais um ciclo se fecha e novos horizontes me chamam para novas conquistas. E eis aqui o guerreiro com a espada ( bastante usada) em punho. Vamos lá !!!

Tá Difícil !!!

Em uma conversa com uma amiga (via internet) papo vai e papo vem, ela me disse que está difícil arranjar um relacionamento sério. E que ela achava que o problema poderia ser com ela. Que as exigências seriam muitas: que o cara fosse inteligente, tivesse um ótimo papo, que escrevesse bem (sem o internetês em alta), que fosse confiante e sincero, que fosse trabalhador... e assim foi.

Dias depois, andando pela rua passo e a vejo longe. Quando chego mais perto, olhem só, lá estava ela com um sujeito (conhecido meu) que é exatamente o oposto de tudo o que ela tinha me dito. Passei e comecei a pensar... realmente está complicado para as mulheres. Cada vez mais. Enquanto andava, lembrei de uma piada:

Uma mulher comenta: - Rezei a Deus,pedindo um namorado que fosse fiel e que adorasse viagens !!! Acabei namorando um corintiano maconheiro.


É por aí!