quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nostálgico

Hoje lembrei muito dos meus velhos. Nostalgia Mor.
Esta é uma música que me lembra muito os dois. Pois meu pai era fã deste cantor e lembro que bem pequeno, quando éramos penas 3 (antes dos meus irmãos chegarem) meu pai colocava sempre esta música. Então, onde quer que estejam, vamos curtir juntos, nós 3, como antigamente!

http://www.youtube.com/watch?v=X00qgmfeAaI

* Meu pai dizia: "Este cara é melhor que Roberto Carlos" Maurício Bastos Pai.

Recordar é viver mais!

Politicagem

Em Brasília o clima muda constantemente. Nada é muito definido por aqui. Nada mesmo.
O Governador está com a cabeça a prêmio (nenhuma novidade nisso. Aqui já é normal). Os políticos votam sobre as cotas para negros, outra parte da politicagem perde o sono com o caso Cachoeira. Vivo em meio a todo este caos.
Eu particularmente não dou a mínima para nenhum destes acontecimentos. Sim, um monte de gente me critica. Claro. Mas não vejo nenhum futuro em me preocupar com nada disso. As coisas não vão mudar assim. Não vai aparecer um super homem da política e salvar o Brasil. Não vai haver nenhuma votação honesta, nenhum governo que coloque o povo em primeiro plano. Isso é utopia. E muita gente perde a sanidade, e até mesmo a vida, lutando para provar o contrário. Aí sempre me vem alguém e tenta colocar na minha cabeça de que estou completamente errado, que sou um acomodado, que não sou patriota, que não apóio a mudança... Entre outras. Mas uma coisa eu digo. Vivência é algo muitíssimo importante. Vivenciar, observar. E durante estes anos da minha vida. Tive o prazer e o desprazer de passar por várias mudanças políticas. Nasci em 72 ( o que para muitos não quer dizer nada). Vivi os primeiros anos na minha vida no militarismo. Depois vi as diretas já. Tancredo entra e nem assume. Vivi a transição do militarismo para a falsa república em que vivemos até hoje. Vivi Sarney como presidente, Collor, Itamar, FHC. Vivi a terrível inflação. O URV, ao cruzeiro e o cruzado... Entre muitas outras coisinhas politiqueiras que me fizeram pensar como penso hoje. Não acredito em mudanças. E pronto. Veja o Lula (lá vão surgir defensores cegos e furiosos). Desde minha adolescência que vejo o Lula lutando por um lugar ao sol. Lutou, lutou, aliou-se até mesmo com o Brizola. Fez o que fez até chegar lá. O grande sonho dele. Ser presidente. Pensei comigo, este cara lutou muito para isso, é nordestino, sofreu, é aliado com caras tipo Fidel (rebeldia e luta contra os EUA). Achei que a coisa poderia mudar. Pois bem, entrou, prometeu acabar com a fome do nordeste (de onde ele veio), prometeu melhor educação, segurança, saúde e principalmente, combater a corrupção. Pois é, vamos lembrar: Fome zero, uma farsa. Educação, nem comento. Ele já mandou de cara a frase: "Sou um vitorioso, meu primeiro diploma é de presidente".
Grande incentivo, hem? Segurança...meu Deus. Né? Corrupção? Todos aqueles que ele convidou para formar sua equipe foram derrubados por envolvimento com a corrupção. E saúde? Foi tão bem cuidada por ele que quando saiu foi se cuidar com médicos particulares, bem longe da saúde pública. Sistema de saúde que ele acabara de deixar.
Não estou aqui queimando o Lula. Não é isso. Só usei como exemplo próximo. Poderia usar FHC, Collor, ou qualquer outro político. O que quero dizer é que acabam sendo todos iguais. Que não importa se são de direita ou de esquerda, ou do meio, ou sei lá de onde. Acaba tudo sempre dando na mesma. O Brasil só vai mudar a longuíssimo prazo. Coisa para séculos. E sendo assim, não fico me preocupando. Me envolvendo com ações políticas. Politicagens! Não tenho tempo. Prefiro viver um pouco melhor longe disso tudo.
Outra coisa que me incomoda muito é obrigatoriedades. A mais grave é a obrigatoriedade de votar. Como assim? É democracia, república, militarismo ou ditadura? O que estamos vivendo afinal? Eu sou obrigado a votar! Pense nisso.

Bom, cada um com sua maneira de pensar. Eu poderia escrever aqui durante horas sobre minhas convicções. Travaria uma guerra com quem quer que fosse, mas vou ficando por aqui. Com certeza voltarei a escrever sobre isso.
Aos que pensam diferente de mim, não me odeiem. Pensar diferente é a grande solução para nosso país.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Mudança de Clima

Hoje cedo uma das chamadas do telejornal foi sobre o clima de Brasília. Estamos na transição. O clima vai começar a ficar seco e frio. O que para mim, particularmente, é má notícia. Sofro muito nesta época seca. Minha sinusite dá sinais de vida e meus pulmões me lembram da minha bronquite de infância. Fui uma criança muito doente. E estou ficando um velho igual. Será? Sei não. Apesar de tudo isso, me sinto forte. Passei por muitas provações neste sentido. Tive muitas doenças brandas e graves. Estar aqui hoje é um milagre. E também resultado de muita dedicação dos meus finados pais. Dei muito trabalho. Aliás, quando meu pai queria me ofender dizia isso - Você deu muito trabalho... Talvez por isso, eu tenha crescido tentando ser o mais independente possível. Não suportava depender de qualquer pessoa para alguma coisa. Talvez seja isso. Mas é como dizem, não me matou e me deixou mais forte.
Neste ano faço quarenta. Penso muito nisso. As vezes paro e fico repassando minha vida. Sou nostálgico. Admito. Mas faço isso como forma de aprendizado, de avaliação pessoal. Sei de cor meus defeitos, minhas virtudes, meus temores etc. A minha maior luta é contra mim mesmo. Fico pensando no dito que diz que a vida começa aos quarenta. Estou bem perto de saber se é verdade. Antes meus ídolos eram os jovens. Rockeiros, jogadores, lutadores. Hoje é bem diferente. Fico observando e estudando os que chegaram a velhice. Os que souberam lutar contra tudo. Principalmente contra si.
Quero ser um velhinho assim. Com muitas vitórias.
E vamos lá. Deixe eu me preparar para a seca.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Coicidências?

Não sou de acreditar em coincidências. Acho que tudo o que acontece é consequência. Consequência de escolhas, atos e,principalmente, do nosso pensamento. Nós pensamos, e colocamos no universo uma força. Que por consequência,  age e causa reações. 
Bom, lendo o livro: Páginas Manchadas de Vinho, do mestre  Charles Bukowski, conheci uma de suas influências. E isso me atraiu de imediato. Em um dos textos do livro, ele menciona John Fante. E Diz que ele é o melhor escritor que já tinha lido. O texto é bem pesado, mostra o escritor em decadência, já no fim da vida. Pobre e debilitado. E o “Buck” causa um renascimento dele. Consegue uns manuscritos e convence seu editor de publicá-los. Dois livros foram lançados. Logo em seguida Fante falece. Fiquei com isso na cabeça. Queria saber que escritor era este, o cara que influenciou tão fortemente o escritor que eu gosto.
No sábado passado, saí da escola onde dou aula de desenho, ás 13h, passei na padaria que fica na esquina do prédio, comprei uma cerveja ( o calor estava rachando) e me direcionei para o estúdio de tattoo onde trabalho. No percurso sempre paro em uma banca que fica entre as quadras. Dei meu giro pelas revistas e jornais. Sempre deixando por último os livros. Olhando o arsenal de livros de bolso que a banca possui me deparei  com o nome  John Fante. Não acreditei, pensei ser outro cara, outro com o mesmo nome. Peguei o livro e li a contra capa. E lá estava: “...veio à luz devido ao esforço de Charles Bukowski de resgatar a obra...”. Peguei e para minha surpresa, tinha mais um, justamente os dois livros que o “Buck” resgatou e que o texto dele mencionava. Comprei os dois. Aí, quando estou pegando o dinheiro na carteira, um livro ficou literalmente me encarando, “RUM: Diário de um Jornalista Bêbado” de Hunter S. Thompson. Li a contra capa, e coloquei no pacote. Comprei os três livros.
Fui andando e pensando em todo o acontecido. E no quanto nosso pensar age. É impressionante. Atraímos realmente aquilo que nos conectamos mentalmente.
A tarde passou, voltei para casa. À noite, fui para a casa de minha namorada. Na madrugada, liguei a TV e comecei a sapiar. Fiquei pensando nos livros e pensando em ler rapidinho os do Fante para depois pegar o RUM. Nesta de ficar passando de canal em canal começou a passar um trailer. Achei interessante e comecei a ver. Um filme com Johnny Depp? Sempre merece ser assistido. Aí veio a surpresa, o título do filme era: Diário de um Jornalista Bêbado.
Desliguei a TV e me virei de lado, tentando ficar com sono. Mas, pensando fortemente nos números da Mega Sena que tinha jogado. Pensamento, atraia só mas esta vez.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tempo

Você pode até pensar que sua vida é uma grande merda. Mas tudo (na vida) depende do ponto de vista. Acredite, a vida é muito curta – apesar desta frase ser extremamente batida, é a pura verdade. Nossa vida é cada dia. Cada dia que se vai, que passa, que deixa ou não alguma marca. Hoje me deu vontade de não olhar as derrotas, mas ver as vitórias, os acertos, o que tenho feito e fiz que me trouxe algum respaldo positivo. Percebi algo óbvio para alguns: que o tempo corrige coisas e atos com o seu passar. Vendo fotos antigas, me veio na cabeça algumas memórias. Histórias, pessoas, acontecimentos... Impressionante. O distanciamento nos faz ver tudo com mais clareza. O distanciamento, neste caso, é o tempo que passou. Nem consigo me lembrar de coisas ruins. Olho para as fotos e começo a sorrir. Se me esforçar muito, lembro-me do emprego que tinha na época, nas dívidas, do nome sujo, da busca e apreensão, da pensão, do salário comprometido, da prestação em atraso... Nada disso consegue apagar a alegria de ver as fotos e relembrar as coisas boas. O tempo, na verdade, é nosso maior aliado. Nos envelhece, o que também é algo bom (dependendo do ponto de vista), nos torna mais sábios, nos afasta dos problemas etc. Sejamos amigos do tempo. Sejamos felizes com o seu passar. Lembro-me que em uma das minhas sessões de análise a doutora me disse que nostalgia era prejudicial. Fiquei preocupadíssimo. Por que eu amo relembrar, reviver. Isso me preocupou muito. Hoje, vejo que tudo, tudo, depende da abordagem. Se você, como eu, é nostálgico, gosta de relembrar, faça isso de forma positiva. Colha ensinamentos. Duvido que isso venha a se tornar prejudicial. 
Bom, mas antes que você pense que estou aqui para dar concelhos, vou concluindo. Não sou exemplo de nada. Apenas compartilhei um ensinamento que a vida me proporcionou neste momento.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Foto Antiga


Revirando alguns álbuns antigos, encontrei algumas fotos de uma época que passou e deixou muitas marcas. Uma das fotos que encontrei foi a da minha primeira banda, Desintegration. Uma banda formada por quatro moleques loucos e com muita vontade de diversão.

Na época, eu estava ouvindo algumas bandas de peso. O Sepultura despontava como uma banda internacional, também tinha a Overdose, Viper e Sarcófago. Brasília ainda estava nos resquícios da era "Capital do Rock" onde as bandas mais faladas ainda eram as vindas do punk. Legião, Capital, Plebe e etc. Mas os moleques brasilienses não queriam mais isso. Estávamos na febre da distorção, da bateria rápida e com bumbos duplos e vocais guturais.

Depois de adquirir uma guitarra Jheniffer preta, marca nacional barata, eu passei a aprender palhetadas pesadas e bases arrastadas. Queria tocar Death e Thrash Metal. Passei alguns meses nesta luta até que decidi entrar em contato com outros moleques para começar um grupo. Na época, a internet não existia, para se formar uma banda, espalhávamos a notícia por meio boca-a-boca, ou recados colados nos estúdios, jornais, zines e lojas de metal. O primeiro que veio foi o Reynaldo. Ele estudava no colégio Elefante Branco com alguns amigos meus. Me apresentaram o moleque. Já gostei dele pelo visual, cabeludo, com uma camisa de banda. Ele tinha um material legal, muitos álbuns de bandas pesadas. E queria ser vocal. Ah, e sabia falar inglês, o que na época era um fator importante. Pois as bandas não cantavam mais em português. Depois veio o Jefferson. Ele veio por anúncio colado na Head Collection, loja onde trabalhava o CDC. Jefferson era guitarrista, disse que sabia tocar todas as músicas do disco do Sepultura, o Beneath the Remains. Foi aceito na hora. O Samuel, baterista, veio por intermédio do Jefferson. Os dois já estavam planejando montar uma banda. Então, apenas juntamos tudo. Faltava um baixista. Na época, baixista era o mais difícil. Ninguém queria tocar baixo. Era "palha". Meu irmão tinha um baixo que estava jogado de lado. Era um Jeniffer preto, bem surrado. Ou seja, como eu estava muito afim de ter uma banda, passei para o baixo. Então, nasceu o Desintegration. Reynaldo no vocal, Jefferson na guitarra, Samuel na bateria e eu no baixo. Nosso primeiro ensaio foi em um minúsculo estúdio que ficava no edifício Conic, o Cáustico Lunar. Mal cabiam os quatro moleques. Era super apertado, parecia um banheiro. E quando parávamos de tocar uma das caixas pegava uma rádio FM qualquer. Mas foi lá que começamos. Nosso primeiro ensaio foi em um sábado de manhã. Eu e Reynaldo fomos juntos, morávamos perto um do outro. Eu no Cruzeiro e ele na Octogonal. Chegamos mais cedo e ficamos esperando os outros dois. Em seguida chegou o Jefferson. Subimos para o estúdio. Depois de tudo pronto, chegou o Samuel. Eu tinha levado um pequeno gravador com uma fita bem velhinha. Queria registrar aquilo. Começamos a fazer alguns barulhos e depois tocamos algumas músicas que conhecíamos. O ensaio foi exatamente o que queríamos, uma zona sonora e muita diversão. Passamos duas horas brincando de tocar metal.

A banda existiu por alguns anos. Tocamos em vários shows na cidade. Lançamos duas demos que tiveram uma ótima aceitação. Recebemos diversos comentários positivos de zines e revistas. Como tudo que se inicia, um dia também acaba. O primeiro a sair foi o Jefferson. Deixou a banda para cuidar de um filho que estava a caminho. Precisou deixar o metal de lado e trabalhar muito. Desde então, as formações foram se sucedendo até que a banda acabou de vez. Deixou muita história e muita saudade. Mas, o mais importante e que todos os moleques cresceram e hoje continuam sendo grandes amigos.

Na foto, da esquerda para direita, Samuel, encostado no muro, Reynaldo no meio e eu na ponta. Tiramos esta foto em Taguatinga, perto da casa do Samuel. O Jefferson tinha acabado de sair. E quem tirou a foto foi nosso amigo Marco Aurélio, que depois veio ser baixista da banda, em sua última formação.