quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Vamos ...

“Vamos escrever porque ninguém nos ouve.
Vamos desenhar porque ninguém nos lê“.


Amigos.

Um amigo meu vivia falando mal de outro. Sempre que o nome do outro era mencionado, o amigo já fazia questão de expressar sua firme opinião sobre ele. E sempre negativa, claro. Hoje me deparo com o amigo fazendo um grande elogio via rede social ao outro (o mal falado). E vejo logo abaixo a resposta , também edificante, do outro para com o amigo. E eu ali, de camarote vendo isso tudo acontecer.
Mais do que nunca, me preocupo ainda mais com meus amigos. E principalmente,  com suas declarações elogiosas para comigo.

Frase de Hoje

“ O amor é um sonho, e o casamento o despertador “.

Em Frente

O certo mesmo já é um antigo clichê, seguir sempre em frente. É o que me resta e é o que nem todos fazem. O passado está sempre aqui nos acorrentando. Quem disse que é fácil escapar ileso ?

domingo, 19 de agosto de 2012

Amáveis

O Facebook está poluído de posts de pessoas amáveis. Sobre cachorrinhos, passarinhos e bichinhos meigos. Todos querem demonstrar o quão amáveis e puros são. Cara, isto está me dando nojo.
Isso é um tremenda forma de fugir da responsabilidade. Responsabilidade sim. Pois animal não é gente, por mais amáveis e meigos. E se a pessoa é amável de fato, pessoas necessitam deste amor agora. É fácil criar um bichinho e se dizer caridosa. Agora ir a um hospital e ajudar um enfermo ...

sábado, 18 de agosto de 2012

Escroto!

Ficar sem almoçar e no fim da tarde tomar sozinho uma cerveja bem gelada num boteco qualquer em Brasília é uma das coisas mais escrotas que alguém pode fazer consigo mesmo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Off Line

Ando me cansando das pessoas com uma facilidade incrível. Preciso dar um jeito nisso. Devo estar com algum problema.

Um amigo me mostrou um programinha para o Andróide que serve para gerenciar as chamadas que chegam ao seu celular. Como eu trabalho com "contatos", ou seja, coloco meu número por aí (meu site, meu email, meus cartões etc) recebo diversas ligações. Me incomodam muito com  idiotas e sem futuro. Logo de cara, já gostei do programa. Você opta por bloquear qualquer contato, por receber só de um determinado grupo ou liberar geral. Nos primeiros dias eu deixava livre no horário comercial e bloqueava quando estava em casa, a noite ou fim de semana. Alguns dias atrás, passei  algumas  manhãs desenhando, apenas colocando em dia alguns projetos de ilustração e tatuagem. E optei por estender o bloqueio. Só liberava depois do almoço. E voltava a bloquear depois das 20hs. Fiz isso durante uns dias. A coisa foi ficando tão interessante que em certos dias até esqueci de desbloquear e o celular ficou "off" durante todo o dia. Experimentei a sensação de ficar desconectado. E já que não chegava mensagens, toques, propagandas, etc  e etc. Acabei também conectando menos o Twitter e o Facebook, pois ficava concentrado nos desenhos. Nem via a hora passar.  A paz existe e ela vem agregada a solidão voluntária. Foram momentos de sossego e aprendizado.

Hoje em dia, desconectar-se é um ato saudável. E me refiro a saúde como algo bem amplo. Saúde mental, física e social. Não é que você tenha que viver em um mundo fora do contexto atual. Tipo, "não tenho nenhum tipo de conectividade ". Mas o vício, e por consequência" a dependência disso é que faz um grande estrago.

Voltando ao meu caso.  Ficar sem ser "encontrado" foi bastante prazeroso. Claro que generalizei. Pois, também perdi  oportunidades de negócios e novos clientes. Mas nada adiantaria conversar com algum cliente estando nervoso ( como tenho estado ultimamente).

Realmente, devo estar com algum problema.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Já a um bom tempo perdi a vontade de sair por aí.

Já a um bom tempo perdi a vontade de sair por aí. Ir a shows, festas, encontros, churrascos... Ando sem a menor vontade de encontrar pessoas. Sei lá, pode ser algum problema. Ou simplesmente consequência de amadurecimento e falta de perspectivas com a humanidade em geral. Grupos sociais, já eram. São sempre os mesmos assuntos, os mesmos problemas e as mesmas expectativas. E o pior é que estando dentro de um, acaba-se tão envolvido que sem se dar conta, logo o assunto e toda esta egrégora começa a fazer parte da própria vida. Um tipo de contaminação psicológica. Então, este afastamento pessoal está cada vez mais forte. Hoje prefiro cem vezes mais, ficar fechado em um silêncio de vozes alheias, do que qualquer roda de amigos.  O tempo deve sempre ser empregado em algo que nos traga algum benefício. Mesmo a ociosidade te dá um retorno positivo, se for usado de forma criativa. Pensar, sem interrupções, é um ótimo passa tempo. Principalmente para quem gosta de se envolver com algum tipo de criação.

Em uma destas minhas tentativas de curtir a noite com o povo. Eu e minha namorada fomos a um showzinho de uma banda de amigos. Chegamos, e nos enturmamos, fazia muito tempo que não íamos a um show de rock. Coisa que já foi bem frequente. Lógicamente, fui logo buscar as bebidas e começamos a bebericar. Afinal, estávamos em um show de rock! Daí começa toda minha surpresa, nenhum dos amigos estava mais bebendo. Todos, ex companheiros de banda, baladas e churrascos, estavam abstêmios. Todos resolveram que esta vida, ou seja lá como a chamam, não valia a pena. Bebi praticamente só. Pois minha namorada precisava dirigir de volta, e logo parou na primeira dose. Me diverti, curti as músicas, e sempre com minha birita na mão. Afinal, ser rockeiro para mim sempre esteve envolvido com o quebrar de regras e ser rebelde. Naquele momento, eu estava me sentindo o mais rebelde dos rebeldes, pois estava bêbado em meio aos rockeiros sóbrios. A noite terminou, me despedi dos amigos, elogiei o show (que realmente foi ótimo) e voltamos para nossa vidinha.

O pior de tudo veio depois, através de um comentário que correu até chegar aos meus ouvidos. Um dos meus "brothers" (antigo parceiro de biritas) comentou com outro: "Poxa, ficar sem beber me deu uma outra visão de tudo, principalmente ver meus amigos antes e depois de estarem bêbados. Precisava ver o Maurício antes e depois do show ..." Me questionei: Ué, como eles acham que um rockeiro deve ficar depois de curtir uma noite de show? Limpo, sóbrio, bem vestido e sério?

Depois deste comentário, fiquei muito pensativo. Primeiramente me senti errado, sei lá. Esta é a reação natural. Você acha que, por ser a minoria, é o errado. Mas, um dos benefícios de se estar só, é o distanciamento. É a possibilidade de analizar a distância qualquer fato. Depois, percebi o óbvio. Ser assim, como sou, não é para qualquer um.  Fazer o que se está realmente afim de fazer é uma arte ("faça o que tu queres"). Em vez de ficar pensando em mim, em que ponto poderia estar errado, resolvi pensar nos outros, fazer uma pequena generalização e descobrir algumas respostas para meus questionamentos. Não ficarei aqui descrevendo tudo o que analizei, mas sendo bem geral e resumido, meus antigos parceiros estão mudados por consequências bem parecidas. Faço parte de uma geração perdida e frustrada. Brasília já foi a capital do rock entre os anos 80 e 90. Tivemos aqui bandas expressivas e que fizeram história. Éramos crianças e pré-adolescentes, cheio de sonhos e rebeldias.  Claro que em um lugar onde não se tem muito o que fazer, nos restou o rock. Todos queriam ser rockeiros. Os estilos explodiam, era o Punk, o Metal, o Nacional, o Gótico... Tnha para todos os gostos. As bandas pipocavam por metro quadrado.E  neste processo todo, inúmeros talentos se revelaram. Tinha artista (de qualidade) em todas as vertentes. Eis o processo contrário, o de ver seus sonhos afundarem. Nem todo mundo se deu bem (a grandessíssima maioria). Aquele cara que um dia era venerado localmente. Aquele cara que as meninas ficavam loucas em ver subir no palco, aquele cara que fazia coisas loucas e era ovacionado...  passara a ser um zumbi. Andar por aí sem ter todo aquele Blá-blá-blá de outrora. E quando tentava ser destaque em alguma coisa, era logo mal falado.

Observando  melhor tudo ao meu redor, cheguei a conclusões: Claro que não são todos, mas a grande maioria se priva de uma vida mais desregrada por consequência de inúmeras decepções. Relacionamentos que fuderam com suas vidas, bandas que não deram em nada, estudo exagerado de algum instrumento para não dar nem mesmo num reconhecimentozinho. E principalmente, Mulheres !!! Todos agora querem ser o correto, o equilibrado, o  sóbrio e o namorado perfeito. E eu passei a me sentir melhor. Não por que me acho fora deste contexto. Nada disso. Já tive relacionamentos que fuderam minha vida, já tive bandas que não deram em nada e já me meti a aprender instrumentos, já larguei  tudo por mulheres.  Fiz tudo e me envolvi  diretamente com todo este movimento. Mas acho que consegui deixar dentro de mim algo que não está nesta grande maioria. O prazer de ser rebelde. De ser contra-correnteza, de ser rockeiro de corpo e alma. E principalmente, de ser artista. Todos iremos morrer, todos... Bem sucedidos ou não. Bem amados ou não. Nossa juventude vai passar. Assim como as palmas, as vaias, os relacionamentos, os micos e os amigos.  

Então, eu ainda prefiro curtir meu rockzinho antigo. Prefiro ver Hendrix doidão debulhando sua strato. Prefiro ver Janis arrancar da alma uma expressividade sem igual. Ver Morrison se entregar no palco como se fosse a última vez. Ver o solo do Jimi Page com catadas e riffs batidos, mas tocados de forma única. Ver Lennon trocar tudo por sua japa feia e mal quista. Peço desculpas aos meus amigos todos, de verdade, mas prefiro curtir tudo isso sozinho. Ficar bêbado e cair na segurança do meu mundinho. E quando vocês estiverem com seus cem anos de vida saudável e regrada (com suas esposas fiéis, saudáveis e maravilhosas), derramem um Red Label na minha sepultura e se divirtam muito com minhas histórias mal contadas. E não precisam fazer nenhuma oração.  Ficarei super agradecido.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vanitas

Esta  palavra originou-se do latin e significava "vacuidade, futilidade". Mas tratando-se de arte, o nosso interesse mútuo aqui, a palavra toma o sentido de "vaidade". E ainda mais com o livre uso da poética , o sentido se expande para algo mais rico. Passou a representar a vida e sua brevidade. Na arte pictórica (pinturas, desenhos e tatuagens) alguns símbolos são usados com este sentido, o de "lembrar" ao expectador que sua vida é breve e que por isso deve ser vivida plenamente. Um dos símbolos mais usados é caveira.  Mas também frutas, flores, alguns insetos, relógios etc. Tudo o que demonstre algum tipo de decadência, envelhecimento ou passagem do tempo.

Na tatuagem, sabendo ou não, vários artistas usam estes símbolos. É muito comum identificarmos vanitas em composições espalhadas por peles por aí. Borboletas, insetos, relógios e claro, caveiras. Tudo gravado, marcado em pessoas que apreciam e possuem a coragem de registrarem épocas e sentimentos  em suas vidas.

Então, a partir de hoje, vamos criar nossos desenhos com mais este significado e com mais esta linguagem ( e de forma consciente).  Sabendo que estamos dando continuidade a uma simbologia artística rica e tradicional.

O importante é sabermos apreciar a arte como um todo. E ter sempre este pensamento; de que tudo passa.  Inclusive, nossa própria existência.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Aprendendo.

Quando você aprende a lidar com o próprio sentimento, tudo em volta vira uma terrível comédia.

Sampa II

Viajar, ir à outros lugares, respirar outros ares... isso sempre me faz bem. Um distanciamento necessário.
Ontem cheguei de São Paulo, talvez o lugar em que mais me sinto bem. Onde tudo acontece.
Amo Brasília. Mas é um lugar que me causa um nervoso intenso. É parada, lenta e espaçosa.  E o clima seco e louco ainda me causa alergias a dores de cabeça.
Vendo uma cidade pulsante e veloz como São Paulo, me dá vontade de mudar de ares.

São Paulo

Cheguei de São paulo. Passei três dias lá. Eu amo aquela cidade. Me sinto bem em meio aquela loucura toda. E fico sempre me perguntando, o que tem lá que me agrada tanto? Hoje, quando estava indo para o aeroporto eu tive esta resposta. O que mais eu gosto é do seu ritmo. A velocidade que São Paulo vive, é o que mais me agrada. Aqui em Brasília a vida acontece enquanto você morre aos poucos em alguma fila, em alguma parada de ônibus, em algum banco ou em qualquer outra situação. Aqui, se espera demais. As pessoas já se adaptaram a isso e não percebem. Lá, é diferente. Todos andam mais rápido, atendem rápido, não se espera muito.

Eu sou um cara que não suporta esperar. Não suporto ficar parado desperdiçando a vida por nada.

Fiquei vendo, nestes dias que estive lá, que independente do local, do horário ou da situação. Os paulistas sabem ser rápidos. A cidade pulsa e funciona aceleradamente. Entrei em filas, esperei ônibus, andei de metrô e tudo isso de uma forma rápida. Talvez os paulistas não percebam isso. Justamente poque já se tornou cultural.

Espero voltar lá o mais breve possível. Acredito que ainda morarei e trabalharei em Sampa. Um sonho antigo que se reforça todas vezes que me encontro no centro daquele furacão.