quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Ritual

Todas as vezes que estou bebendo uma cerveja e me dá vontade de enlouquecer de vez, eu peço uma pinga. E sempre lembro de um um amigo que tive, que era produtor gráfico, que me ensinou a fazer um ritual:
1- Peça a pinga. Seleta ou Boazinha
2- Peça sal e limão
3 - Abra a mão e afaste um pouco o polegar esticado para o lado. Fica um “L“. Aparece um buraquinho entre os músculos.
4 - Neste mesmo coloque sal e pingue gotas de limão (cuidado para não esparramar)
5 - Lamba esta mistura e em seguida tome uma dose da pinga.
6 - Deixe tudo se misturar na língua e engula.
Eu sempre repito isso em memória ao meu amigo.

Hiper-Ativo

Por mais que eu diga que vou ficar parado, sem fazer nada. Não consigo por muito tempo. Sou um adulto hiper-ativo. Hoje fiz uma segunda sessão de uma tattoo de um amigo. E logo em seguida corri para o comércio para aproveitar uma promoção de tablets (presente de natal de minha filha. Dias depois do natal).  Todos os da promoção tinham sido vendidos. Decidi comprar um melhor. Assim que paguei mandei uma mensagem avisando. Ela respondeu eufórica. E eu me senti bem. Mesmo tendo gastado mais. Me senti pai. Daqueles que se fodem para ver o sorrir feliz dos filhos.
Só quem tem uma cria sabe que sentimento é este. E luto muito para que eu seja um pai digno da filha que tenho. E para que um dia eu possa olhar para toda esta louca estrada e veja, entre tantos desvios, uma história que ela se orgulhe. Assim como me orgulho da luta dos meus dois velhos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Filmes de Feriado

A muito tempo estava com necessidade de parar e resgatar o que eu costumava a fazer sempre: ficar de pernas pro ar, vendo um filme atrás do outro. Nesta segunda-feira foi exatamente o que fiz. Já tinha bebido algumas pela manhã e depois do almoço uma sonolência típica me derrubou na cama e não me deixou mais ter coragem para nada. O calor também contribuiu para isso. Como tinha comprado filmes novos, não tive outra escolha.

Gostei muito das minhas escolhas. Sempre me sinto atraído por filmes com um pé em loucura e psicodramas. Gosto de tramas que envolvem pessoas mais undergrounds e foras-da-lei. E estes dois filmes são exatamente isso.

O primeiro, "Pacto do Passado" é a história de um grupo de quatro amigos que se conheceram ainda na adolescência. E que na escola fazem um pacto de seguirem seus sonhos e se reunirem no futura para curtirem novamente como se fossem adolescentes. Vinte e cinco anos depois, eles se reencontram em uma casa, de um deles, em uma montanha em Big Sur (lugar de dois romances do Jack Kerouac). A mansão era de um deles. Um artista plástico e professor ( e o mais louco). Ficaram os quatro se entregando a uma loucura sem freios. Bebidas, drogas e muito rock foram se misturando durante os dias e noites que estavam lá relembrando suas vidas. Um deles convida uma jovem, que trabalhava em um bar, para levar amigos e amigas para a casa. Pois eles dariam uma festa. Os jovens chegaram lá e uma das atrizes (na vida real) era a Sasha Gray, uma atriz pornô conhecidíssima no meio. Ela fez uma excelente participação. Representou super bem. Os dias foram passando e a coisa foi saindo do controle. Os problemas de cada um foram aparecendo, foram sendo comentados e logo o filme se torna um grande drama. E termina em tragédia.

Um filme muitíssimo forte e de apelo psicológico agudo. Gostei muito.

O outro, "Sem Destino", simples e feito de forma super descontraída. Conta a história de três jovens (um homem e duas meninas) loucos e bêbados que levam a vida de forma simples e desenfreada. Não gosto muito do Keanu Reeves. Acho muito fraco. Mas neste papel, a falta de expressividade dele deixou o personagem perfeito. Um cara que mora num chiqueiro imundo, sem nada. Entende de eletrônica e fica concertando eletrodomésticos. Ele tem um carro e transporta as duas amigas, uma morena e outra loira. Ambas lindas. Eles possuem um tipo de relacionamento a três. A morena mais louca e beberrona. A loira mais contida e reservada. Mas ambas muito amigas, moram juntas e dividem as tarefas da sobrevivência. Inclusive, se prostituem. O personagem do Keanu, rouba uma câmera profissional e a partir daí começa a filmar tudo. Ele liga a câmera o tempo todo e filma tudo, o tempo todo. Em um determinado momento, ele começa a fazer uma espécie de depoimento espontâneo das duas meninas. Eles iam contando história para a câmera. E ele ia captando. O filme vai todo nisso. Mas é forte e super excitante. E mostra uma realidade muito próxima de todos nós. Gostei muito também.


Estou morgadaço. Ainda cansado e com uma ultra-super-preguiça. Minha vontade é de deitar e hibernar. Aproveitar assim esta semana de férias. Mas vou tentar ficar um pouco desperto para ver mais filmes hoje.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mine-Férias

Prestes a dar uma parada em tudo. Preciso de, pelo menos, umas mine férias. Quero ficar uma semana sem fazer absolutamente nada. Acordar, pegar o controle da TV, dar uma espiada nos canais, e voltar a dormir. Acordar depois, levantar, comer, e fazer alguma coisa diferente. Algo que não tenha nada a ver com a rotina do dia a dia. Quero quebrar esta linha rígida de trabalho que me encontro hoje. Tenho filmes para assistir. Livros para ler. Textos para escrever. E, principalmente, sono atrasado para repor. Penso em ver filmes de tarde, bebendo e dando pausas para cochilos. Ler e ouvir músicas. Tocar meu velho violão (companheiro de tantos anos e tão abandonado ultimamente).

Lembro de uma época em que eu estava sem trabalhar. Na verdade, sem trabalhar em uma empresa, pois sempre fiz freelas e me virei com meus bicos. E morava numa casa grande, em um condomínio em sobradinho, cidade satélite de Brasília. Quando tinha trabalho, geralmente eu me empenhava neles durante a madrugada. Depois dormia até umas doze horas. E depois passava a tarde lendo, pintando ou vendo filmes. Eu lia muito nesta época (e produzia também). Meu quarto ficava ao lado da sala, bem na frente da casa. O lote não tinha muros nem vizinhos próximos. Era só mato. No meu quarto tinha uma janela grande e minha cama ficava logo abaixo. Eu costumava deitar na cama, pegar meus livros e abrir a janela. Lia até dar sono. Tinha um vento constante que soprava todo o quarto. E geralmente, era um vendo frio ( que eu adorava). Tinha tarde que eu apenas lia. Em outras eu pegava telas e papéis e produzia pinturas e desenhos. Em outras tocava e escrevia. Ou seja, eu tinha uma vida maravilhosa. Do tipo que todos sonham (pelo menos, eu acho). Imagine um lugar destes. Bastante mato, natureza. Sem vizinhos. Barulho de pássaros e cachorros. Vento frio. Paz, paz e paz. Acho que foi a época de mais aprendizagem literária e produção artística da minha vida. E sem falar que eu ainda ganhava uns bons trocados com meus freelas para agências e editoras.

Hoje, a minha realidade é bastante diferente. Tudo tão mudado, tão contrário. Nossa! Quando paro para pensar vejo o quanto sou nômade e inconstante com minha própria vida. Tudo muda radicalmente em pouco tempo. Vivo dez anos em cinco. Uma correria sem destino certo. Loucura!

Claro que nem tudo é fruto das minhas loucas escolhas. Tem coisa que muda sem o nosso agir. A casa, por exemplo, era de minha mãe . E tivemos (eu e meus irmãos) que vendê-la. Depois de sua morte. Aquele paraíso foi-se. Sem que eu pudesse fazer nada para evitar. E de lá para cá, inúmeras mudanças. Muitas histórias se passaram.

E eu achei no youtube dois vídeos que fiz nesta época. Dentro do meu amado quarto de tantos e tantos devaneios solitários. Me bateu uma saudade indescritível.


http://www.youtube.com/watch?v=mPzEEPI7quA


http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=eXzino4Gpuw


Então é isso.

O que resta, é olhar para frente e seguir na minha louca vida.

3 da Madruga !

Acordar às 3 da madruga, levar a namorada ao aeroporto. Voltar e perder o sono. Ligar a TV, sapiar por todos os canais e cair no VH1, passando clipes dos anos 80 (direto da nostálgica adolescência). Não poderia dar em outra coisa... peguei uma garrafa de pinga. E minha sexta (a do suposto fim do mundo) teve o seu start mais que merecido.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Mito da Caverna na Prática

A um tempo atrás, uma amiga me perguntou, via internet, o que eu
achava de um relacionamento que ela vinha tendo. Conversamos por
alguns minutos e eu disse realmente o que vinha observando. A amiga
ficou meio abalada e triste. E finalizamos a conversa. Esta pessoa
desapareceu, sumiu, não deu mais notícias. Pelo menos, para mim. Vi
depois que ela terminou com o cara. E continuou sem dar notícias, sem
contato. E eu me pus a pensar no ocorrido. Lembrei de coisas que
sempre se confirmam. As pessoas não querem verdades. Ninguém quer
realmente ouvir o que se precisa. Todos nós gostamos de ouvir o que
alimenta nossos egos e nos mostram que estamos certos. Que fizemos
boas escolhas, que somos melhores. Existem muitas verdades. Existem
diversas opiniões. As nossas, são minúsculas (grãos de areia) se
comparadas a todo este universo humano em que vivemos. E mais uma vez,
só me restou lições. E logo eu, que já trabalhei com publicidade. E
sei que o que se vende é sonho e não o produto em si. Logo eu que já
fiz análise durante anos e sei que todos nós somos movidos fortemente
por carências e traumas. E que, principalmente, ninguém quer sofrer,
ninguém aguenta mais. E logo eu, fui dizer o que precisava dizer, e
não o que ela esperava (desejava).
O Mito da Caverna de Platão mostra (entre outras coisas) que a maioria
das pessoas não está preparada para ver a luz. E que preferem (ou só
conseguem) ver o que acontece por sombras refletidas. Por impressões.
E nós somos seletivos por instinto. Só nos atraímos pelo que gostamos.
Só queremos o que julgamos nos fazer bem, ou que sirva para ser usado
naquele determinado momento.
Eu, sem querer, acabei sendo o mal para esta pessoa. Ela me viu como
algo ruim e se afastou. O que é normal.
E só me restou mais uma experiência de vida.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dias Difíceis.

Tem dia que é assim mesmo. Começa pesado. E você sente isso. Fica uma espécie de nó no estômago. E a ansiedade te maltrata. Pela demora em que se arrastam as horas.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Fragmentos na Chuva

Faça o que tu queres, pois é tudo da lei. Da lei do retorno.

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Paciência. A virtude que desejo e a que mais sinto falta.

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Fim de férias. Preguiça e vontade de sumir da cidade para um mato qualquer.

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Sim, sei que estou errado. Mas não consigo sentir pena destas mulheres que morrem fazendo lipo, plásticas e etc. Meu sadismo vem forte e eu sinto vontade de dizer: Bem feito! Porra, os homens não querem ver vocês morrendo assim. Mulher “cheinha“, “com bordas“, “fofinhas“ ... são as mais gostosas. As reais. As que sentam na mesa de um boteco, junto com seus homens, e tomam cerveja, tomam caldos, falam merdas e depois fodem. Aprendam. Homem que é homem gosta de mulher. E mulher é muito mais que um corpo. Que morram as que duvidam disso ( ou se relacionem com viadinhos).

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Calor e frio juntos no mesmo vento. Isto é Brasília.

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Chuva rápida. Se foi. E a cerva também. E eu também.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Nublado

E a temperatura começa a baixar. Como quem não quer nada. E tudo vai ficando mais lento. Mais soturno. O chão ainda está molhado da chuva que caiu durante toda a noite. O vento começa de leve e dá umas agitadas nas cortinas das janelas. As arvores dançam e as folhas caem. O cinza toma conta do céu. O azul se foi. Os pássaros ficam com suas penas estufadas. E eu escolho um som para me ajudar a me adaptar a toda esta mudança tão cadenciada.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Pior

Dor de cabeça, calor insuportável, falta de grana, desânimo e ainda é uma segunda-feira.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"O Velho e o Mar"

"É melhor que ele julgue que sou mais forte do que sou, e assim serei."
"O Velho e o Mar"
Ernest Hemingway

Pensamentos Soltos

Edir Macedo distribuindo sua biografia em um presídio. Quase que
dizendo: "Amigos, não é preciso roubar. Usem as palavras certas que
eles lhe darão todo o dinheiro".

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Objetivo, luta... objetivo, luta... assim, sucessivamente. Isso sem
levar em conta as porradas levadas, as rasteiras e as burradas! Cara,
a coisa vai se dificultando. Deve ser a idade. Ou, o acúmulo de
decepções. Mas, cada vez mais penso em uma vida simples, simples.
Daquele tipo de morar num lugar só meu, isolado e com o mínimo de
recursos.
Devaneios.

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O tédio é um câncer que corrói o corpo e a alma. Quando se está
envolvido por ele, fica difícil qualquer tipo de reação. A coisa chega
a beirar a depressão.

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Várias pessoas preocupadas e acompanhando as eleições dos EUA.
Não digo que não seja importante, mas lembro da música do Raul Seixas
que diz "... mas no entanto, não há galinha em meu quintal".
Deveríamos na verdade, resolver o problema aqui, pertinho, bem
próximo, na nossa casa. Até porque, independente de quem vença lá
fora, o Brasil é sempre visto como fonte, como meio, como
matéria-prima. Amigos, nós somo os eternos "Kongs", os "sub-mundo".
Vamos focar nos nossos umbigos por enquanto. Eleger pessoas
capacitadas ( e acabar com a maldita re-eleição). Nada mais de
presidentes sem diplomas (um piloto para pilotar precisa conhecer e
saber bem sobre seu veículo e do território a ser percorrido), nada
mais de ver partidos como se fosse uma religião. Está tudo errado por
aqui. Vamos cuidar do que é nosso primeiro.

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Nós realmente somos imãs daquilo em que pensamos. Atraímos tudo o que
pensamos. O grande problema está na nossa cabeça. Que só pensa o que
não deve e atrai o que merece.

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O mundo dos sonhos. Ah, os sonhos. Quantos eu tenho? Quantos eu vivo?
Quando fica tudo muito bom, eu acordo.

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Quer ser um completo idiota? Fale mal de alguém pelas costas, depois
fale bem do mesmo via redes sociais. Isso já está ficando comum demais
da conta.

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Aliás, quanto mais o tempo passa, mas as redes sociais se tornam
idiotas. Na verdade, elas não, o povo que as dominam em grande
proporção. Um grande reflexo do nível social e intelectual dos
contemporâneos. A solidão toma a internet como remédio (em doses
cavalares).

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Vendo mais uma vez o filme do Van Gogh. Tenho vários filmes de
artistas. Adoro biografias, sejam elas em livros ou filmes.
Uma coisa óbvia: independente da época e lugar, os artistas levam uma
vida fudida muito semelhante aos demais. Crescemos com a ideia de que
"artista" é um título de alto escalão, de alguma espécie de
superioridade. Mas, é o inferno. É saber que durante toda a
existência, nunca se estará feliz de verdade. Tem sempre algo a ser
feito, tem sempre algo a mais. Um novo horizonte, uma prova a ser
superada. E a maldita auto-satisfação inatingível.

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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Horas, Minutos e Segundos !

Emoção quase sobre controle. Estou a poucos minutos de ver obras originais do Caravaggio. Realização de um sonho.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Chuva !

Como já disse outras vezes, chuva me remete a nostalgia. Sempre me faz lembrar de infância, do passado e da família. E justamente hoje chove. Quando meu irmão me liga para nos encontrármos. Saiu o pecúlio da minha mãe e alguns papéis precisam da assinatuta dos filhos.
Nos encontramos ( eu e meus dois irmãos). Coisa rápida. Mas a chuva cai e me faz pensar na época em que éramos menores e vivíamos todos juntos. Época mágica. Que nã
o acontecerá mais. E tudo passa muito rápido. Tudo vira memória sofrida para ser renovada com estas gotas que caem.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mais Segunda.

E lá vem, mais uma vez, a Segunda-feira. Meu dia inútil mor. O dia em que não acordo, não me levanto, não me comunico, não me alimento... o dia em que não existo.
Já estou na metade deste dia que se arrasta e me tortura segundo a segundo. Mesmo agora, dentro deste ônibus lotado, quente e chaqualhante, só penso no fim dele.
Que anoiteça logo e que este dia passe. E que eu sobreviva.

domingo, 7 de outubro de 2012

Certas Horas.

Assista a "Sepultura - Inner Self [Under Siege Live In Barcelona 1991 HD]" no YouTube

Assistindo o DVD do Sepultura (Live in Barcelona) com amigos:
Eu: Vi o Sepultura lançar o Chaos AD ao vivo no Rio de Janeiro. E no mesmo dia o Robert Plant fechou a noite.

Amigo:Porra! Que louco.

Eu: Você não era nem uma porrinha feliz no saco do seu pai.

Amigo: Puts, nessas oras é bom ser velho!

Apenas continuei assistindo.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Acordando




Você acorda às 5h30 da manhã com o despertador do celular da sua
namorada. Ganha um beijo no rosto, um bom dia. Responde, deseja o
mesmo e sonolento apaga no sono.
Você acorda minutos depois. Sua namorada aparece arrumada, despede-se
e vai para o trabalho. O sono, ainda forte, te leva para outra
dimensão.
Você sonha com diversas coisas. Geralmete os sonhos pela manhã são super reais.
Você acorda às 8h30. De uma sexta-feira do mês de outubro de dois mil
e doze. Pensa na vida. Como sempre faz. Pensa em tudo. Como sempre
faz. E vê que as coisas não estão indo assim tão bem como você
esperava. Como sempre!
Você, ainda deitado e olhando para o teto, faz uma egotrip profunda.
Re-avalia tudo. E faz planos.
Você acha o controle remoto da TV embaixo de um dos travesseiros.
Neste horário só passa programa evangélico e jornal local.
E as notícias correm: Uma professora é morta por um estuprador. O povo
protesta por uma duplicação de via. Um professor é afastado e preso
por fumar maconha com alunos. Um filme com um ursinho é causa de
polêmica por falar de sexo e drogas. Vai ter show do Nando Reis de
graça, o trânsito está caótico. As obras da copa do mundo estão
atrasadas. Novas obras se iniciam em taguatinga. Novas obras são
criadas no plano piloto. As obras do veículo leve sobre rodas estão
atrasadas por demais. Pessoas reclamam dos hospitais sem médicos...
Você pensa na vida. Pensa na filha, no irmão, na irmã, nos pais e em todos.
Seu dinheiro acabou. E você tem contas.
Algumas pessoas te devem. Mas não pagam.
O clima seco ofende suas narinas e olhos e vc desliga o ventilador. O
calor te tortura e vc tira os lençois de cima do corpo.
Você muda os canais sem a menor lógica.
Você para em um canal que está passando músicas, clipes.
E você ouve uma banda cantando uma canção onde o refrão diz: " O
mundo acaba hoje e eu estarei dançando".
Você se levanta e parte para a vida.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quase Lá.

Estou quase naquela situação de contar meu drama ao carroceiro e até o jumento chorar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Frase

Eu sou muito chato com a coisas que eu gosto. E pior ainda com as que eu não gosto. Defendo e ofendo com muita energia. Venho cuidando disso constantemente. É complicado para mim, mas preciso suportar o mau gosto de quem me cerca.
Um dos meus campos de batalha mais visitados é o do gosto musical.
E hoje ouvi uma frase que levarei comigo enquanto viver: “ Só existem dois tipos de músicas. A que eu gosto e a que eu não gosto“ Jimi Hendrix. 
E isto se aplica a qualquer coisa na vida.

Obrigado Hendrix.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Brasília Nublada.

Brasília nublada e chuvosa. Clima nostálgico e convidativo a ociosidade. É o tipo de clima que me obriga a ficar mais introspectivo. Dá vontade de passar o dia todo lendo, escrevendo e desenhando. Sem me preocupar com absolutamente nada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quarentão.

Estou chegando aos quarenta. Inacreditável.
Lembro que quando era bem pequeno, bem mais novo, ficava pensando como
seria meu futuro. E fazia isso me imaginando com idades avançadas. Era
divertido este tipo de meditação. Acho que deve ser por isso que não
me preocupo muito com o avançar da minha idade. Eu sempre tive
diversas curiosidades sobre minhas etapas futuras. Ficava me
imaginando com cabelos brancos, como seriam meus filhos, o que estaria
fazendo, etc. Hoje tenho respostas para muitas das questões. E
continuo a pensar da mesma forma, me questionando como serei amanhã e
depois. Só que agora, já quase um quarentão, a mesma curiosidade vem
aliada a planos e objetivos. Antes tinha toda uma estrutura montada
por meus pais. Hoje, sem eles, meus objetivos são mais pensados,
planejados. Até porque hoje eu sou o pai. Tenho minha filha, tenho
uma vida, profissões, gostos diferentes, manias adquiridas, loucuras e
chatices.
Um dia destes eu estava fazendo uma retrospectiva da minha existência.
Fiquei pensando em tudo o que já fiz, nos caminhos que já percorri. E
são muitas as histórias. Já passei por muita coisa que meus
contemporâneos nem sonham. E cheguei a uma conclusão meio louca sobre
miha vida. Imaginei tudo como um gráfico, que até hoje seguiu uma
tragetória tortuosa, só que ascendente. Todos estes anos, todas estas
mudanças... tudo em uma linha que veio subindo no gráfico. Agora,
chegando aos quarenta, imagino o pico deste gráfico. O ponto mais alto
da pirâmide. E pensei que chegando neste ponto, tudo deve dar uma
mudada radical. Pois agora esta linha chegara ao fim. Daqui para
frente é descendente. É o meio da minha existência. Se eu conseguir
viver mais quarenta, estará de ótimo tamanho. Se passar, já acho
exagero. Não quero tanto. Então, venho fazendo diversos planos para
que eu torne estes próximos quarenta, anos bem desfrutados. Sim, pois
até hoje não desfrutei de nada como deveria. Realizei muito, mas não
desfrutei como deveria. Aprendi bastante, mas não coloquei muito em
prática a maioria do que aprendi. Penso que daqui para frente é para
mais colheita do que para plantação. É lucrar mais, gastando menos.
Quero me estabelecer, ser mais estável. Coisa que nunca fui até hoje.
Sempre busquei muito, novos horizontes. Mas fiz isso, destruindo
muitos castelos que eu mesmo subi. Ou seja, já está tudo planejado. É
só seguir o plano.
Em relação a saúde, penso no meu passado (fui uma criança super
doentia. Tive diversas doenças e problemas. Desde artrite reumatóide a
sopro no coração). Mas sobrevivi. Não por mérito só meu. Tive pais
guerreiros que lutaram muito para eu chegar aqui nos meus quarenta.
Imagino que daqui para frente começarão a aparecer as doenças
decorrentes de todo este sofrimento do passado ( e do meu presente).
Meu corpo não é tão forte justamente porque durante sua formação tive
muitos problemas. Meu pulmão já foi muito massacrado pela bronquite
asmática. Meu coração pelo sopro, meus ossos pela artrite, meus olhos
pelas longas horas de trabalho (e duas aplicações de laser no
esquerdo). Meu cérebro pela pressão alta (AVC eminente). Meu fígado
pela bebida. Meu estômago pela louca alimentação... ou seja. Daqui
para frente é ficar atento e preparado para o pior. Só não quero dar
trabalho nem preocupação a ninguém. O resto, levo na manha. Estou
preparado.
Neste caminho louco que escolhi para viver. Sempre contra a maré,
contra a correnteza (se não for deste jeito, não sei ser eu). Sei que
terei pela frente provas dificílimas.
Como não tenho a menor intenção de me casar, estou preparado para a
solidão ( já me vejo até em algum asilo recebendo visitas de netos,
amigos, alunos, sobrinhos– risos). Pois, ninguém vai me aturar mais
velho. Ninguém! Serei um velho super chato e metido a esperto. Já sou
assim, só que novo. Serei um velho indomável, que tentará fugir para
a rua, para andar, beber e fazer algo super radical como pegar um
ônibus sem destino (sim, não pagarei passagem por ser idoso e
expulsarei qualquer um que estiver sentado na cadeira reservada à
mim). E com todas as dores do meu corpo surrado ainda vestirei meu
kimono e darei uns chutes altos ( na linha da cintura). E quando eu
cair e quebrar a bacia, ficarei de cama. Só que não deixarei ninguém
limpar a minha bunda. Eu darei um jeito. Pensando nisso, lembrei do
meu pai, nos seus últimos dias, quando ele passou três dias internado
no hospital de base e eu cheguei quando os enfermeiros estavam
tentando dar um banho nele. Ele se debatendo e gritando: "Tá pra
nascer o macho que vai baixar minhas calças" Eu senti um orgulho foda.
Olhei para ele e me senti forte. Pensei, eu vim deste cara que está
ali na merda, mas ainda de cabeça erguida e lutando pela sua honra.
Fiquei emocionado. Ele foi assim. Morreu livre e lutando contra tudo e
todos. Ele nunca se entregou. Eu serei pior que ele. Sei que sim.
Me vejo também como um avô que influencia mal os netos (e sobrinhos).
Vou ser aquele velho todo riscado, com tattoos borradas, tomando
sempre uma bebida e falando merda. Sei que as crianças adorarão. Mas
meus irmãos, não. Talvêz minha filha ache legal. Mas o marido dela,
com certeza, não. E eu serei uma uma presença não desejável nos
encontros de família. Isso, com certeza. Anti-social e ao extremo.
E minha morte? Ah, ela vai vir. Aliás, depois dos quarenta, ela já me
soprará nos ouvidos. Meus pais viveram menos que oitenta. E penso
nisso. Se for de família, cada dia é como se fosse a contagem
regressiva. Tranquilo. Que venha. Mas, vai ser divertido, eu lá
edurecido no meu caixão, algumas pessoas chorando, outras sérias, uns
falando bem, contando minhas histórias. E outros ali só para conprovar
se eu fui mesmo. Se sou eu de fato.
Fico pensando, no que farão com minhas coisas? Tenho algumas revistas,
muitos livros, muitíssimos filmes. Escritos. E por falar em escritos.
Um dos meus planos, para daqui para frente, é pintar e escrever mais.
Me dedicar a estas duas "manias" que tenho e que venho me dedicando
muito pouco. Vou criar metas de produção. Quem sabe, uma exposição por
semestre e um livro por ano. Será legal. Vou fazer isso. Então, será
que meus trabalhos terão algum valor depois da morte? Poxa, meu
espírito ficará feliz. Isso se espírito tiver ego. Sabe-se lá.
Bom, poderia escrever aqui páginas e páginas sobre as visões que tenho
da minha pessoa daqui para frente. Mas vou parar por aqui. Acho que já
escrevi demais sobre isso. O resto, guardo aqui na minha mente.
Chegarei aos quarenta em três dias. E este é o ponto mais alto do meu
gráfico. O pico.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Como Um Sonho

Alguém declara que algo que aconteceu não se repetirá nunca mais. Que é como se fosse um sonho. Aí você absorve, digere e sofre. Mas, consequentemente amadurece. Pois quem não é nostálgico e gostaria de reviver alguns momentos?
A felicidade plena é a maior das utopias.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mestre


Gritos 3

“O trabalho é a unica coisa que existe entre você e o seu sonho“.
O problema é que sempre sonho grande e minha energia se esvai em probleminhas criados por pessoas pequenas (que são tantas).
Morrerei, deixarei inúmeros sonhos no “quase“. Minha sina.

Gritos 2

“Trilho bem certo todos os meus passos“.

Quem dera que isso fosse real.  Ninguém toparia em nenhuma pedra.
E que importância tem um passo se o caminho já estiver errado desde a última curva?

Gritos 1

Secura, calor e um sono vampiresco que me tortura. E para piorar tudo, hoje é uma segunda-feira.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Vamos ...

“Vamos escrever porque ninguém nos ouve.
Vamos desenhar porque ninguém nos lê“.


Amigos.

Um amigo meu vivia falando mal de outro. Sempre que o nome do outro era mencionado, o amigo já fazia questão de expressar sua firme opinião sobre ele. E sempre negativa, claro. Hoje me deparo com o amigo fazendo um grande elogio via rede social ao outro (o mal falado). E vejo logo abaixo a resposta , também edificante, do outro para com o amigo. E eu ali, de camarote vendo isso tudo acontecer.
Mais do que nunca, me preocupo ainda mais com meus amigos. E principalmente,  com suas declarações elogiosas para comigo.

Frase de Hoje

“ O amor é um sonho, e o casamento o despertador “.

Em Frente

O certo mesmo já é um antigo clichê, seguir sempre em frente. É o que me resta e é o que nem todos fazem. O passado está sempre aqui nos acorrentando. Quem disse que é fácil escapar ileso ?

domingo, 19 de agosto de 2012

Amáveis

O Facebook está poluído de posts de pessoas amáveis. Sobre cachorrinhos, passarinhos e bichinhos meigos. Todos querem demonstrar o quão amáveis e puros são. Cara, isto está me dando nojo.
Isso é um tremenda forma de fugir da responsabilidade. Responsabilidade sim. Pois animal não é gente, por mais amáveis e meigos. E se a pessoa é amável de fato, pessoas necessitam deste amor agora. É fácil criar um bichinho e se dizer caridosa. Agora ir a um hospital e ajudar um enfermo ...

sábado, 18 de agosto de 2012

Escroto!

Ficar sem almoçar e no fim da tarde tomar sozinho uma cerveja bem gelada num boteco qualquer em Brasília é uma das coisas mais escrotas que alguém pode fazer consigo mesmo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Off Line

Ando me cansando das pessoas com uma facilidade incrível. Preciso dar um jeito nisso. Devo estar com algum problema.

Um amigo me mostrou um programinha para o Andróide que serve para gerenciar as chamadas que chegam ao seu celular. Como eu trabalho com "contatos", ou seja, coloco meu número por aí (meu site, meu email, meus cartões etc) recebo diversas ligações. Me incomodam muito com  idiotas e sem futuro. Logo de cara, já gostei do programa. Você opta por bloquear qualquer contato, por receber só de um determinado grupo ou liberar geral. Nos primeiros dias eu deixava livre no horário comercial e bloqueava quando estava em casa, a noite ou fim de semana. Alguns dias atrás, passei  algumas  manhãs desenhando, apenas colocando em dia alguns projetos de ilustração e tatuagem. E optei por estender o bloqueio. Só liberava depois do almoço. E voltava a bloquear depois das 20hs. Fiz isso durante uns dias. A coisa foi ficando tão interessante que em certos dias até esqueci de desbloquear e o celular ficou "off" durante todo o dia. Experimentei a sensação de ficar desconectado. E já que não chegava mensagens, toques, propagandas, etc  e etc. Acabei também conectando menos o Twitter e o Facebook, pois ficava concentrado nos desenhos. Nem via a hora passar.  A paz existe e ela vem agregada a solidão voluntária. Foram momentos de sossego e aprendizado.

Hoje em dia, desconectar-se é um ato saudável. E me refiro a saúde como algo bem amplo. Saúde mental, física e social. Não é que você tenha que viver em um mundo fora do contexto atual. Tipo, "não tenho nenhum tipo de conectividade ". Mas o vício, e por consequência" a dependência disso é que faz um grande estrago.

Voltando ao meu caso.  Ficar sem ser "encontrado" foi bastante prazeroso. Claro que generalizei. Pois, também perdi  oportunidades de negócios e novos clientes. Mas nada adiantaria conversar com algum cliente estando nervoso ( como tenho estado ultimamente).

Realmente, devo estar com algum problema.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Já a um bom tempo perdi a vontade de sair por aí.

Já a um bom tempo perdi a vontade de sair por aí. Ir a shows, festas, encontros, churrascos... Ando sem a menor vontade de encontrar pessoas. Sei lá, pode ser algum problema. Ou simplesmente consequência de amadurecimento e falta de perspectivas com a humanidade em geral. Grupos sociais, já eram. São sempre os mesmos assuntos, os mesmos problemas e as mesmas expectativas. E o pior é que estando dentro de um, acaba-se tão envolvido que sem se dar conta, logo o assunto e toda esta egrégora começa a fazer parte da própria vida. Um tipo de contaminação psicológica. Então, este afastamento pessoal está cada vez mais forte. Hoje prefiro cem vezes mais, ficar fechado em um silêncio de vozes alheias, do que qualquer roda de amigos.  O tempo deve sempre ser empregado em algo que nos traga algum benefício. Mesmo a ociosidade te dá um retorno positivo, se for usado de forma criativa. Pensar, sem interrupções, é um ótimo passa tempo. Principalmente para quem gosta de se envolver com algum tipo de criação.

Em uma destas minhas tentativas de curtir a noite com o povo. Eu e minha namorada fomos a um showzinho de uma banda de amigos. Chegamos, e nos enturmamos, fazia muito tempo que não íamos a um show de rock. Coisa que já foi bem frequente. Lógicamente, fui logo buscar as bebidas e começamos a bebericar. Afinal, estávamos em um show de rock! Daí começa toda minha surpresa, nenhum dos amigos estava mais bebendo. Todos, ex companheiros de banda, baladas e churrascos, estavam abstêmios. Todos resolveram que esta vida, ou seja lá como a chamam, não valia a pena. Bebi praticamente só. Pois minha namorada precisava dirigir de volta, e logo parou na primeira dose. Me diverti, curti as músicas, e sempre com minha birita na mão. Afinal, ser rockeiro para mim sempre esteve envolvido com o quebrar de regras e ser rebelde. Naquele momento, eu estava me sentindo o mais rebelde dos rebeldes, pois estava bêbado em meio aos rockeiros sóbrios. A noite terminou, me despedi dos amigos, elogiei o show (que realmente foi ótimo) e voltamos para nossa vidinha.

O pior de tudo veio depois, através de um comentário que correu até chegar aos meus ouvidos. Um dos meus "brothers" (antigo parceiro de biritas) comentou com outro: "Poxa, ficar sem beber me deu uma outra visão de tudo, principalmente ver meus amigos antes e depois de estarem bêbados. Precisava ver o Maurício antes e depois do show ..." Me questionei: Ué, como eles acham que um rockeiro deve ficar depois de curtir uma noite de show? Limpo, sóbrio, bem vestido e sério?

Depois deste comentário, fiquei muito pensativo. Primeiramente me senti errado, sei lá. Esta é a reação natural. Você acha que, por ser a minoria, é o errado. Mas, um dos benefícios de se estar só, é o distanciamento. É a possibilidade de analizar a distância qualquer fato. Depois, percebi o óbvio. Ser assim, como sou, não é para qualquer um.  Fazer o que se está realmente afim de fazer é uma arte ("faça o que tu queres"). Em vez de ficar pensando em mim, em que ponto poderia estar errado, resolvi pensar nos outros, fazer uma pequena generalização e descobrir algumas respostas para meus questionamentos. Não ficarei aqui descrevendo tudo o que analizei, mas sendo bem geral e resumido, meus antigos parceiros estão mudados por consequências bem parecidas. Faço parte de uma geração perdida e frustrada. Brasília já foi a capital do rock entre os anos 80 e 90. Tivemos aqui bandas expressivas e que fizeram história. Éramos crianças e pré-adolescentes, cheio de sonhos e rebeldias.  Claro que em um lugar onde não se tem muito o que fazer, nos restou o rock. Todos queriam ser rockeiros. Os estilos explodiam, era o Punk, o Metal, o Nacional, o Gótico... Tnha para todos os gostos. As bandas pipocavam por metro quadrado.E  neste processo todo, inúmeros talentos se revelaram. Tinha artista (de qualidade) em todas as vertentes. Eis o processo contrário, o de ver seus sonhos afundarem. Nem todo mundo se deu bem (a grandessíssima maioria). Aquele cara que um dia era venerado localmente. Aquele cara que as meninas ficavam loucas em ver subir no palco, aquele cara que fazia coisas loucas e era ovacionado...  passara a ser um zumbi. Andar por aí sem ter todo aquele Blá-blá-blá de outrora. E quando tentava ser destaque em alguma coisa, era logo mal falado.

Observando  melhor tudo ao meu redor, cheguei a conclusões: Claro que não são todos, mas a grande maioria se priva de uma vida mais desregrada por consequência de inúmeras decepções. Relacionamentos que fuderam com suas vidas, bandas que não deram em nada, estudo exagerado de algum instrumento para não dar nem mesmo num reconhecimentozinho. E principalmente, Mulheres !!! Todos agora querem ser o correto, o equilibrado, o  sóbrio e o namorado perfeito. E eu passei a me sentir melhor. Não por que me acho fora deste contexto. Nada disso. Já tive relacionamentos que fuderam minha vida, já tive bandas que não deram em nada e já me meti a aprender instrumentos, já larguei  tudo por mulheres.  Fiz tudo e me envolvi  diretamente com todo este movimento. Mas acho que consegui deixar dentro de mim algo que não está nesta grande maioria. O prazer de ser rebelde. De ser contra-correnteza, de ser rockeiro de corpo e alma. E principalmente, de ser artista. Todos iremos morrer, todos... Bem sucedidos ou não. Bem amados ou não. Nossa juventude vai passar. Assim como as palmas, as vaias, os relacionamentos, os micos e os amigos.  

Então, eu ainda prefiro curtir meu rockzinho antigo. Prefiro ver Hendrix doidão debulhando sua strato. Prefiro ver Janis arrancar da alma uma expressividade sem igual. Ver Morrison se entregar no palco como se fosse a última vez. Ver o solo do Jimi Page com catadas e riffs batidos, mas tocados de forma única. Ver Lennon trocar tudo por sua japa feia e mal quista. Peço desculpas aos meus amigos todos, de verdade, mas prefiro curtir tudo isso sozinho. Ficar bêbado e cair na segurança do meu mundinho. E quando vocês estiverem com seus cem anos de vida saudável e regrada (com suas esposas fiéis, saudáveis e maravilhosas), derramem um Red Label na minha sepultura e se divirtam muito com minhas histórias mal contadas. E não precisam fazer nenhuma oração.  Ficarei super agradecido.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vanitas

Esta  palavra originou-se do latin e significava "vacuidade, futilidade". Mas tratando-se de arte, o nosso interesse mútuo aqui, a palavra toma o sentido de "vaidade". E ainda mais com o livre uso da poética , o sentido se expande para algo mais rico. Passou a representar a vida e sua brevidade. Na arte pictórica (pinturas, desenhos e tatuagens) alguns símbolos são usados com este sentido, o de "lembrar" ao expectador que sua vida é breve e que por isso deve ser vivida plenamente. Um dos símbolos mais usados é caveira.  Mas também frutas, flores, alguns insetos, relógios etc. Tudo o que demonstre algum tipo de decadência, envelhecimento ou passagem do tempo.

Na tatuagem, sabendo ou não, vários artistas usam estes símbolos. É muito comum identificarmos vanitas em composições espalhadas por peles por aí. Borboletas, insetos, relógios e claro, caveiras. Tudo gravado, marcado em pessoas que apreciam e possuem a coragem de registrarem épocas e sentimentos  em suas vidas.

Então, a partir de hoje, vamos criar nossos desenhos com mais este significado e com mais esta linguagem ( e de forma consciente).  Sabendo que estamos dando continuidade a uma simbologia artística rica e tradicional.

O importante é sabermos apreciar a arte como um todo. E ter sempre este pensamento; de que tudo passa.  Inclusive, nossa própria existência.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Aprendendo.

Quando você aprende a lidar com o próprio sentimento, tudo em volta vira uma terrível comédia.

Sampa II

Viajar, ir à outros lugares, respirar outros ares... isso sempre me faz bem. Um distanciamento necessário.
Ontem cheguei de São Paulo, talvez o lugar em que mais me sinto bem. Onde tudo acontece.
Amo Brasília. Mas é um lugar que me causa um nervoso intenso. É parada, lenta e espaçosa.  E o clima seco e louco ainda me causa alergias a dores de cabeça.
Vendo uma cidade pulsante e veloz como São Paulo, me dá vontade de mudar de ares.

São Paulo

Cheguei de São paulo. Passei três dias lá. Eu amo aquela cidade. Me sinto bem em meio aquela loucura toda. E fico sempre me perguntando, o que tem lá que me agrada tanto? Hoje, quando estava indo para o aeroporto eu tive esta resposta. O que mais eu gosto é do seu ritmo. A velocidade que São Paulo vive, é o que mais me agrada. Aqui em Brasília a vida acontece enquanto você morre aos poucos em alguma fila, em alguma parada de ônibus, em algum banco ou em qualquer outra situação. Aqui, se espera demais. As pessoas já se adaptaram a isso e não percebem. Lá, é diferente. Todos andam mais rápido, atendem rápido, não se espera muito.

Eu sou um cara que não suporta esperar. Não suporto ficar parado desperdiçando a vida por nada.

Fiquei vendo, nestes dias que estive lá, que independente do local, do horário ou da situação. Os paulistas sabem ser rápidos. A cidade pulsa e funciona aceleradamente. Entrei em filas, esperei ônibus, andei de metrô e tudo isso de uma forma rápida. Talvez os paulistas não percebam isso. Justamente poque já se tornou cultural.

Espero voltar lá o mais breve possível. Acredito que ainda morarei e trabalharei em Sampa. Um sonho antigo que se reforça todas vezes que me encontro no centro daquele furacão.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dar Conta do Recado.

A vida é algo que te entregam e que você tem que se virar para dar conta do recado. Você vem ao mundo, nasce, e ganha a vida, a sua vida. E você tem que se virar desde então. Para uns, super simples. Para outros, um campo de batalha diário. Onde cada passo requer plano, sacrifícil e valores.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dor de Cabeça.

Minha dor de cabeça, já companheira constante, se faz presente a uns quatro dias. Os analgésicos parecem perder efeito no meu organismo. Na verdade tudo conspira contra. O calor do dia, o frio da noite e o álcool que maltrata o estômago. Na verdade, só a cerveja (devido a fermentação) . Logo comigo, que a venero tanto . E o pior, logo eu que sou fraco para os destilados.
Álcool, amigo meu, pareço mulher de malandro. Pois apanho, mas não te deixo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Satisfação II

“Esta vida passageira. Eu sou eu, você é você“ Ira

Música de letra eterna. Que eu ouço sozinho, num ônibus lotado!

Satisfação

Quanto mais se vive, mais se tem a certeza de que só devemos satisfação ao tempo, ao nosso tempo. Aproveitemos nosso momento. Tudo anda passando muito rápido. E a corrida com a nossa morte não para.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Novo Horizonte.

Não adianta. Quando se chega ao horizonte desejado. Sempre se vê outro adiante.
É ficar e desfrutar, ou seguir na luta pelo próximo.
É neste ponto que se divide boa parte da humanidade. Os que se satisfazem com a conquista (mesmo sendo ela não tão grande assim) e os guerreiros que só se satisfazem com a batalha constante.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia Dos Idiotas

Que dia entediante. Horas que passam se arrastando. Hoje é dia dos Namorados. Mais uma das datas para o comércio lucrar. Para caras gastarem e para mulheres gastarem. Vivo cercado de idiotas.
Pense, quem ama não data. Não marca, não soma ou divide ou faz qualquer outro tipo de aritmética. Porra, quem gosta prova a cada beijo, a cada abraço, a cada “dormir junto“. Quem tem uma pessoa que colocou como namorada(o) faz por onde diariamente. Constantemente. Principalmente nos altos e baixos da vida a dois. Nada é fácil para quem decide ser honesto no Brasil. Em Brasília então, fudeu !
Neste exato momento estou num ônibus, na cadeira da terceira idade (o melhor lugar) indo para casa. Vou chegar lá, tomar banho, ficar extremamente “xeiroso“ e “bunitu“. Por que minha namorada reservou um Sushi para casal. Detalhe, é que ela odeia isso, eu adoro!
Ou seja, deixem-me ser idiota hoje. Mas um idiota feliz e sortudo.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Para Quê?

Para quê entrar em uma luta que não se vai vencer? Perda de tempo, saúde e inteligência.
É a filosofia “Shotokan“ aplicada na própria vida.
Preciso aprender a não topar todo e qualquer desafio que apareça.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Quase 0hs

São 12h58 de uma quarta. Bêbado de vinho, embreagado de sono e dopado de sonhos atrazados. Deixe-me dormir.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Bares

Bares... o que seria de nós sem os bares? Não importa o tamanho, a classe e a localização. Os bares são ( foram e serão) o melhor refúgio para os de espíritos sofridos e cansados.
O fim do dia não seria o mesmo sem eles. O por do sol já lança o convite irrecusável. Tem bar que é para socializar, tem bar que é para individualizar, outros para inspirar. E ainda tem aqueles que nos servem de esconderijo. Uma caverna no meio da cidade. Onde se fica invisível e onde o silêncio obriga a criação.
Viva o dia, viva a noite e viva os bares.

Sobre Escrever

Fonte:
http://papodehomem.com.br/escrever/

domingo, 3 de junho de 2012

Creep

TPS

A semana vai começar. Todo o ciclo de todas elas. Repetidamente.
Mas comigo é sempre a mesma coisa, se sobrevivo a segunda, o resto é fácil. Acho que sofro de TPS - Tensão Pré Segunda.
Mas vamos lá, que venha.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

All in Love is Fair


Ontem a noite estava navegando pela internet na casa da minha namorada. E sem ter muito o que fazer, comecei a navegar pelos vídeos do youtube. Minha gata me presenteou com um drink muito gostoso que tinha acabado de aprender a fazer. Fui bebendo e navegando. E como já era de se esperar, a nostalgia sempre me domina nestas horas. Comecei a procurar vídeos de músicas antigas, que de certa forma fizeram parte da minha vida. Encontrei vários. E a cada achado, uma viagem no tempo. Declaradamente, a nostalgia é meu ópio. Sei que não é nada saudável (segundo os cinco anos de análise que fiz). Mas, isso me faz bem. Fico introspectivo e ao mesmo tempo, criativo. Me faz rever pensamentos, avaliar caminhos, e com isso, passo a me auto=-analizar com mais precisão.
Um destes vídeos em especial foi o do Stevie Wonder, chamado " All in Love is Fair". Eu tinha este vídeo gravado em VHS, em uma das minhas várias fitas de clipes. Para mim, este era um vídeo já perdido. Daqueles que o tempo leva e não se acha mais. Só que para minha alegria, ele reapareceu na minha frente. Perdi a conta de quantas vezes eu o assisti ontem. Ia bebendo e revendo. Uma "ego trip" das mais profundas. Para mim, esta música e principalmente esta interpretação, agregam um conjunto de qualidades indiscutíveis de pura arte e lirismo. Justamente o lirismo que tanto falta nas composições de hoje.

Pois bem, compartilho aqui meu achado. Viagem comigo nesta. Pois eu, não me canso.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ressaca.

Nunca misturem qualquer bebida com o vinho. Fiz isso ontem e quase não acordei hoje.
Minhas segundas, que geralmente já são terríveis por si só, hoje teve este quesito a mais. Acordei péssimo. Uma ressaca que a muito não sentia.
Mas já que errei, pago o preço. Até porque esta ressaca nem é a primeira, nem será a última.
Ótima semana.

sábado, 19 de maio de 2012

Lição de Hoje

“Não confunda amor com luxúria, nem embriaguêz com julgamento“

RUM: Diário de um Jornalista Bêbado“ - filme.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os Bons

Somos pessoas boas, penso eu. O problema é sempre o nosso Ego. Digo nosso porque me incluo totalmente em meu julgamento. É sempre a mesma coisa, nós somos nosso pior inimigo em todas as situações. Digo estas coisas depois de dar uma pequena navegada por redes sociais que tenho meu perfil. Pensem comigo, se o mundo fosse realmente como mostram estes perfis: Ótimos filhos, ótimos músicos, amantes dos animais, caridosos, leais, saudáveis etc. Não teríamos necessidade de imaginar um céu pós morte. Digo que somos pessoas boas porque na verdade, este tipo de tentativa de mostrar algo de bom em nós mesmos já é uma prova de que queremos ser bons. Queremos e idealizamos isso. E o melhor, temos a fórmula. O problema é que ainda renegamos o nosso outro lado. O Eu sombrio onde ficam depositados todos os nossos traumas, nossos pensamentos socialmente incorretos, nossas vontades secretas, nossos ódios, nossos "foda-se's" não falados, os gritos de "não" que recebemos durante toda a vida, entre outras coisas. Todos temos este lado escuro e incubado. Mas demorará um bom tempo para a descoberta de que só equilibrando estes dois lados é que seremos plenos. Aceitação, é a palavra. Aceitarmos o que somos. Ora, qual o problema se você sente ódio, se às vezes que sair do trabalho e ir encher a cara até cair? Se quer mandar alguém se foder com toda a raiva que te sufoca? O trabalho mesmo, é apenas domar o lado (depois de aceito e equilibrado). O ser humano tem duas regras divinas: Não matar e não se matar. O resto é julgamento pessoal. É sabedoria e experiência para decidir. É saber que tudo na vida tem um preço a ser pago. As regras sociais, os padrões de beleza, as morais, as leis mudam com o passar do tempo. Mudam constantemente. Então, para quê se moldar severamente a algo em constante mudança?

Então, somos pessoas boas sim. Até pelo fato de renegar nosso lado "ruim". Mas ser bom não significa mostrar isso para ser avaliado pela multidão. Isso é o Ego dominando. E o Ego é só o nosso lado adaptado ao social. É o nosso pior inimigo. É quem nos mata cruelmente.

Vejam a história da humanidade. Os grandes feitos foram dos loucos. Os que quebraram as regras. Os que deixaram de lado o que os outros poderiam pensar ou achar. Os considerados grandes e bons, foram os loucos e ruins de outros julgamentos.

Então é isso, sejamos realmente bons. Mas primeiro, bons a nós mesmos. Sejamos nós mesmos, imperfeitos, cheios de traumas, cheios de manias e loucuras. Sejamos felizes mesmo acordando com aquela ressaca moral que dura uma semana. A vergonha também faz parte. E geralmente enfraquece o nosso inimigo, Ego. E é na crise que crescemos. A crise força a mudança. E mudar é sempre bom. É renovação de pensamentos e conceitos. É querer o novo de novo.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Alagado

Ontem cheguei em casa pela manhã e tive uma surpresa. Aliás, uma péssima surpresa. Minha sala estava alagada. Corri para o quarto e não estava diferente. Tudo molhado. Inclusive alguns papéis com desenhos que estava fazendo.

Moro em um apartamento de apenas dois ambientes. Um quarto e uma sala, bem pequenos. E geralmente coloco minhas roupas na máquina assim que chego, no fim do dia. E saio, deixando a máquina trabalhar. A saída da água eu direciono para uma tanque que fica ao lado da máquina. E isso causou todo o problema. Quando a água começou a ser mandada para o tanque, um saco plástico (sabe-se lá como) caiu lá dentro. Com a sucção a água fez seu serviço. O saco desceu e vedou o ralo do tanque. O tanque encheu e transbordou, causando todo o alagamento.

Fiz o que tinha que ser feito, puxei com o rodo e passei o pano em tudo. Fiquei puto da vida. Mas, aconteceu e eu tive que resolver.

No mesmo dia, coloquei todos os panos de chão no mesmo processo de lavar na máquina. Como já expliquei, a saída da água vai para o tanque. Liguei a máquina e saí para o trabalho. Quando voltei, meu "ap" estava alagado novamente. Corri no tanque e não tinha plástico nenhum. Os fiapos de linha desprendidos dos panos de chão entupiram o ralo do tanque. Lá fui eu fazer a mesma sequência de puxar a água com o rodo e passar um pano. Fiquei mais puto ainda.

Agora dei um jeito. O cano que sai a água da máquina, vai direto para a janela. Que se dane quem tiver lá embaixo.

Notícias

John Fante: Me diverti muito lendo só dois livros do John Fante que comprei. Realmente, um ótimo escritor. O tipo de literatura que no momento faz muito minha cabeça. Escrita solta, rápida, sincera. Sem muitas voltas, sem floreios. Adorei. Para quem gosta de literatura "underground", é altamente recomendável.


Outro livro indispensável é RUM: Diário de um Jornalista Bêbado de Hunter S. Thompson. Nem terminei ainda, mas já estou louco para ler outros livros dele.


Ônibus: Ando pesquisando auto-escolas para tirar minha habilitação de moto. Quando encontrar uma com um preço baixo, me matricularei. Os dias de "Onibuzeiro" estão contados.

Ontem até que foi uma viagem rápida. Mas, sinceramente, deveria proibir o uso de mochilas em ônibus. Eu já estava perdendo a paciência com um sujeito que a todo momento esbarrava em alguém com uma maldita e enorme mochila preta. Hoje já foi o contrário. muito tempo parado no trânsito.


Estômago: Consegui ficar mais um dia sem comer sanduba e beber cerveja. Meu estômago agradece. Estou bem melhor de uma maldita dor e mal estar que vinha me maltratando.


Produção: Estou com ótimas ideias para minha nova série de desenhos para tatuagem. Já dei início a uma nova forma de criar meus desenhos. E deu super certo. Agora é só me dedicar. Ou seja, uma guerra se aproxima!


terça-feira, 15 de maio de 2012

Altos e Baixos

Pois é, lá vem aquele ciclo de cair e levantar. Você está bem, depois não está. Depois se ergue para cair adiante. E assim vai. Já não me surpreende. Na verdade, o tempo me mostrou que tudo muda constantemente. Que não existe criação, só transformação. Tudo é resultado, meio e início ( como já disse o filósofo Raul).
Hoje tive mais um retorno de outro de meus pensamentos preferidos. O de que nos seus círculos sociais existe a auto-seleção natural. Isso acontece quando determinada pessoa simplesmente se afasta, te ignora, some.
Duas coisas: ou mudou de vida, ou não vê mais utilidade em você. Sim, utilidade. Você é bem quisto se serve para alguma coisa. Enquanto serve, é do círculo. Se não serve, descartado estás. Mas como disse antes, é uma auto-seleção. Nunca se preocupe nem se abale pelos vampiros. Conserve-se e aprenda a ser solitário. A solidão é nossa melhor amiga. É na solidão que a verdadeira arte nasce.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Semana Encerrada.

Cheguei aqui. Mais uma vez sobrevivi e com aquele sentimento de deveres cumpridos. Como não darei aula amanhã, já estou em um dos meus botecos preferidos (Embaixada do Piauí, 312 Sul). Qual o pedido? Cerva litrão e lingüiça apimentada. Enquanto minha pequena não chega.
Venta frio e sinto o ar muito seco. Isso para mim é metade bom. Pois adoro frio e sofro com a secura.
Gosto muito daqui. Fico em paz e cercado de membros da terceira idade. Sinto-me bem.
Então, a hora é de relaxar. Deixar os pensamentos fluírem. Esticar as pernas, pensar sem freios e beber a cerva que borbulha no copo ( sem pressa. A noite é um feto).


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quebrado

E aqui estou eu, com uma puta dor nas costas e o braço esquerdo machucado. E isso tudo devido ao treino de Karatê de ontem. Meu Sensei deu uma pequena sequência de defesa pessoal. A primeira, uma defesa de soco no plexo. A segunda, uma defesa para chute também no plexo. Nos dois casos, o agressor era arremessado no chão e finalizado. Em duplas, seguíamos a repetição da sequência até ficar memorizada (pela mente e pelo corpo). Não sei em qual destas quedas eu me machuquei, pois não senti na hora. Algumas horas depois, já em casa, fui me virar para pegar algum objeto numa mesa e uma quase insuportável dor me pegou. Senti meu lado direito, na altura do rim, doer como nunca tinha sentido. O músculo se retesou e senti como se tivessem me desferido uma forte paulada. Deitei na cama, esperei um pouco e logo em seguida passei pomada e usei um spray analgésico. Não adiantou muito. Tomei um relaxante muscular e esperei fazer efeito.
A dor deu uma retrocedida. Fui almoçar com minha sogra. Uma das coisas que mais gosto nesta vida, almoçar com minha sogra assistindo o programa local de bagaceiras. É só desgraça! Ficamos comendo e comentando cada notícia. Chingamos e rimos muito (principalmente quando aparece algum bandido com a camisa do Flamengo. O que sempre ocorre). 
Quando saí de lá para vir trabalhar, a dor já tinha melhorado. Achei que não a sentiria mais. Engano meu. Depois da jornada, voltei para casa, ônibus lotado. E o pior, peguei um de linha nova. Deu inúmeras voltas até chegar perto da minha casa. A dor voltou assim que me levantei. Doeu muito de novo. Fui andando bem devagar. Cheguei em casa e fiz outra aplicação de spray analgésico. Ainda tive que ir assistir uma aula de um curso que estou fazendo. Foi terrível. Aula chata, com dores nas costas. É muito sacrifício para qualquer um. Depois da aula, eu e minha namorada fomos comer no barzinho que costumamos ir. Lá eu resolvi quebrar meu jejum e tomei uma cerveja. Desceu maravilhosamente bem. Revigorante. Conversamos, nos abraçamos... e depois de alguns minutos maravilhosos fomos para casa. Acordei legal. Sem sentir muito. Mas agora estou eu aqui, no estúdio, escrevendo e sentindo mais uma vez a terrível dor. E para completar, meu braço esquerdo começou a doer também (também devido ao treino de ontem). O que mais me preocupa é que daqui a pouco terei que enfrentar um ônibus lotado para casa. Isto realmente está me cansando.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

APRENDA A CAIR

Um professor de judô uma vêz me disse: “ Se você não sabe cair, sempre terá dois inimigos. O adversário e o chão.“
Isso é um ensinamento para ser aplicado em tudo na vida.

O Difícil

Faço parte de um pequeno grupo de pessoas consideradas chatas e cheia de manias. Mas este mesmo grupo, muito seleto de pessoas, não pede para ninguém ficar ao nosso lado.  Estou dizendo isso porque um amigo, ontem, me perguntou como as coisas estão indo. Respondi o de sempre, que está tudo certo. Aí, ele continuou: - E no trabalho, tudo certo? – Claro, está tudo beleza. Respondi também com uma frase já padrão. Depois ele mandou esta: - Que bom. Sabe como é, né? Você é uma pessoa difícil. Isso ficou na minha cabeça o resto do dia. Pensei muito em minha "ego trip". Eu realmente sou mesmo. Sou por vários motivos. Um deles, é que eu tenho muito para fazer, e não tenho muito tempo para ficar vagando sem objetivos.  Vivo sempre do meu jeito. Acho que isso é o que causa esta dificuldade em me entenderem. Só trabalho no que quero, só ouço o que realmente gosto, leio o que acho que valha a pena, só converso com quem tenha algum conteúdo e, principalmente, odeio que se metam no meu caminho.  Adoro a solidão. Adoro ficar só, com minhas coisas, meus trabalhos e minhas manias. Amo o silêncio do meu quarto.

Depois desta auto análise toda, acabei ficando super feliz. Fiquei melhor. Pensei na quantidade de pessoas que lutam, gastam, se mutilam, se machucam para poderem se adequar a uma sociedade vazia e consumista.  Querem e precisam se adequar a grupos, serem aceitos, terem relacionamentos fúteis. Sei lá. Na hora fiquei meio abalado. Sim, o ego sempre é atingido primeiro. Mas logo me pus a pensar. Na verdade, foi um grande retorno que tive. Meus atos e jeito de ser estão me destacando do grande grupo. Meu Ego, quanto mais machucado, melhor. Meu Eu, quanto mais visível e verdadeiro, melhor.

E o mais interessante de tudo isso, é que mesmo sendo esta tal pessoa difícil, não deixam de me procurar. Algo em mim é objeto de desejo de muitos por aí. Talvez, justamente, este meu jeito de ser: difícil!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Segunda - Feira (se foi)


O dia passou. A temida segunda-feira praticamente se foi. Sobrevivi!
Estou cada vez mais decidido a comprar logo um veículo. Ando pensando muito em uma moto. Primeiro, devido ao valor. Segundo, quero evitar o maldito trânsito. Do centro de Brasília até onde eu moro, enfrento sempre uma grande lentidão. Coisa que a moto vai resolver. O que não aguento mais é o ônibus. Hoje foi uma das viagens mais lentas e cansativas. Vim em pé a viagem toda. Pessoas mal educadas que esbarram, empurram e tentam ocupar o maior espaço possível. Ou seja, ter um veículo, no meu caso, tornou-se uma necessidade.
Mas a segunda se foi. E eu estou aqui, na minha casa, no meu canto. Escrevendo e vendo as notícias de hoje. O clima realmente começa a ficar mais frio e seco. E isso não é uma boa para mim. Sempre sofro muito com a secura. Frio não, frio eu adoro. Já não curto muito o calor.
Tenho muito o que fazer nesta semana. Espero ter energia e disposição suficientes para não fraquejar.
Que venha a semana pesada.

Passado X Presente

Quase todo mundo que conheço prega (ou pregou) a máxima de ser rebelde, de ser uma pessoa acima de regras e tudo mais. Convivo com músicos e artistas. Mas  descobri que na verdade isso é uma grande mentira. Com o passar dos anos as pessoas vão desenvolvendo um certo medo e arrependimento natural em relação a vida. Na medida em que envelhecem, vão se questionando e pensando no que poderiam ter sido, no que desperdiçaram, no que deixaram passar.  Toda a rebeldia de juventude, toda aquela vontade de ser diferente se esvai. Mas Isso é um processo natural e comum na maioria das pessoas. Não sustentam a ideologia plantada na juventude.  Nada contra. Normal.  Observando algumas pessoas próximas, que conviveram comigo durante algum período da minha vida. E que, principalmente, compartilharam comigo, fases de ideologias rebeldes e de inteira vontade de mudança. Hoje, são velhos entregues. Velhas vencidas.  Pilhas na máquina social. Aqueles que geram energia para a máquina do sistema.  Lendo assim, até parece que sou um velho "punk". Mas não é isso. Simplesmente cresci em grupos que pregavam mudanças. Pessoas que queriam um mundo melhor. Se não melhor, pelo menos diferente. Mas que com o passar dos anos, tornaram-se exatamente tudo aquilo que odiavam. Optaram pelo cômodo. Pelo, assim é menos trabalhoso, assim é o normal.
Perdi a conta de quantas vezes encontrei amigos de muitos anos que ao me encontrarem me perguntaram; "e aí, não vai fazer nenhum concurso?" " Quando você vai casar?". Ou: " E aí cara, ainda está na mesma?". Isso quando perguntaram. Porque na maioria das vezes, vão logo expondo seus feitos do tipo "passei nisso", Assumi aquilo" etc. Brasília e sua cultura do:" Não tenho vocação para isso, mas precisava de estabilidade". Sinceramente, quando vejo meus antigos amigos em situações assim, não sei o que pensar. Mas de forma alguma gostaria de estar no lugar deles. Já trabalhei em inúmeros trabalhos que eu odiava. E garanto, não tem nada mais terrível do que você ser obrigado a fazer o que não quer.  Conviver com pessoas que você não gosta. E nos órgãos públicos é exatamente o que acontece. Um monte de pessoas que estão lá porque passaram no concurso. Que não gostariam de estar lá. E muito menos, conviverem com as pessoas que também estão lá. È tudo um grande câncer. Que vai corroer a todos. Que vai matar lentamente a todos. E o pior, todos sabem  disso, mas estão tão envolvidos e orgulhosos, que não sentirão. Quando os sintomas aparecerem, já será tarde. Estarão inválidos. Quando, daqui a alguns anos, todos estiverem sentados em suas cadeiras, nas suas casas próprias, compradas com anos de energia gasta para o governo, olharão para os lados e verão suas esposas (ou maridos) envelhecidos, seus filhos crescidos, suas coisas guardadas e datadas de épocas distantes. Verão suas fotos e vídeos de épocas passadas e então  perceberão que o tempo passa e não volta mais. E que o que plantaram durante anos e anos, lhes renderam frutos, mas que os frutos não são tão suculentos assim ( como lhes prometerem na juventude). Começara então o período da depressão, da solidão, das doenças geradas pelo psico somatismo de anos e anos de privações.  O mundo estará mudado. A época deles terá passado e tudo mais já terá ido com os anos.

Segunda-Feira

Vamos lá. Mais uma semana que se inicia. Eu e meu relacionamento conturbado com a Segunda-feira.  Não sei o que é, mas desde que me entendo como gente, não me dou nenhum pouco bem com a segunda. Minha deprê na começa no domingo a noite. Me dá vontade de deitar e só acordar na terça. E esta é uma daquelas segundas de início de mês. Quando as contas estão na caixa do correio, por baixo da porta, nos e-mails. O velho ciclo.

O sol está queimando lá fora, mas um vento muito forte me obrigou a fechar as janelas. E é um vendo frio e constante. O que de certa forma deixa a segunda mais deprê ainda.

Mas, que tudo ocorra bem. Que seja uma daquelas segundas que se iniciam com todo o peso característico, mas que logo se mostre diferente, para melhor, em todos os sentidos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rápido

Já estamos quase no meio do ano. E tudo corre aceleradamente. Aliás, não sei se é a idade que me faz sentir isso, mas o tempo parece apressado. Como se tivesse que chegar logo a algum ponto.  Todas às vezes em que eu preciso saber em que data estamos, eu me assusto (nunca fui bom de datas). Tudo anda passando muito rápido.
As relações estão descartáveis, os relacionamentos estão fúteis... é quase que – Goze logo e se vá ! (e não me procure mais).
Como se todos estivessem, no seu íntimo, sabendo de que não se pode parar. Algo está para acontecer.
Será que só eu sinto isso?

Parado

Estou numa situação assim: Inúmeras coisas para serem feitas. Todas com seus valores e urgências bem definidas. Eu sei que todas precisam de mim. Só que eu ando em um momento de "parada" inexplicável.  "Parada" mental, intelectual, ativa, decisiva... É como se me faltasse energia. Como se minhas vontades não batessem com minhas necessidades. Preciso FAZER alguma coisa. E tenho diversas delas para serem feitas. Estou repleto de ideias em todos os campos da minha vida. Inúmeras imagens para passar para o papel (e telas), diversos arranjos querendo virar algum sonzinho no violão, projetos de publicações,  vários textos fervilhando na minha mente  querendo alguns minutinhos de digitação (ou canetão no papel mesmo). Mas nada acontece. E não é preguiça. Não sei o que é. Talvez um bloqueio. Ou uma pausa espiritual. Passo os minutos, as horas, os dias só observando, pensando, criando mentalmente um monte de coisas. Mas me falta ação. Fico olhando o povo, ouvindo conversas... Sinceramente, preciso que algo aconteça comigo. Preciso tornar real um monte de idéias.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pilhas Humanas

Fim de dia. Fim de mais uma jornada. Ônibus lotado. Eu junto de outros acabados. Jogados pra lá e pra cá. De acordo com o rítmo dado pelo motorista. Em cada face a estampa do cansaço. Somos as pilhas gastas do sistema defeituoso. Mas amanhã poderá ser diferente. Sim, pensei isso ontem. E antes de ontem.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nostálgico

Hoje lembrei muito dos meus velhos. Nostalgia Mor.
Esta é uma música que me lembra muito os dois. Pois meu pai era fã deste cantor e lembro que bem pequeno, quando éramos penas 3 (antes dos meus irmãos chegarem) meu pai colocava sempre esta música. Então, onde quer que estejam, vamos curtir juntos, nós 3, como antigamente!

http://www.youtube.com/watch?v=X00qgmfeAaI

* Meu pai dizia: "Este cara é melhor que Roberto Carlos" Maurício Bastos Pai.

Recordar é viver mais!

Politicagem

Em Brasília o clima muda constantemente. Nada é muito definido por aqui. Nada mesmo.
O Governador está com a cabeça a prêmio (nenhuma novidade nisso. Aqui já é normal). Os políticos votam sobre as cotas para negros, outra parte da politicagem perde o sono com o caso Cachoeira. Vivo em meio a todo este caos.
Eu particularmente não dou a mínima para nenhum destes acontecimentos. Sim, um monte de gente me critica. Claro. Mas não vejo nenhum futuro em me preocupar com nada disso. As coisas não vão mudar assim. Não vai aparecer um super homem da política e salvar o Brasil. Não vai haver nenhuma votação honesta, nenhum governo que coloque o povo em primeiro plano. Isso é utopia. E muita gente perde a sanidade, e até mesmo a vida, lutando para provar o contrário. Aí sempre me vem alguém e tenta colocar na minha cabeça de que estou completamente errado, que sou um acomodado, que não sou patriota, que não apóio a mudança... Entre outras. Mas uma coisa eu digo. Vivência é algo muitíssimo importante. Vivenciar, observar. E durante estes anos da minha vida. Tive o prazer e o desprazer de passar por várias mudanças políticas. Nasci em 72 ( o que para muitos não quer dizer nada). Vivi os primeiros anos na minha vida no militarismo. Depois vi as diretas já. Tancredo entra e nem assume. Vivi a transição do militarismo para a falsa república em que vivemos até hoje. Vivi Sarney como presidente, Collor, Itamar, FHC. Vivi a terrível inflação. O URV, ao cruzeiro e o cruzado... Entre muitas outras coisinhas politiqueiras que me fizeram pensar como penso hoje. Não acredito em mudanças. E pronto. Veja o Lula (lá vão surgir defensores cegos e furiosos). Desde minha adolescência que vejo o Lula lutando por um lugar ao sol. Lutou, lutou, aliou-se até mesmo com o Brizola. Fez o que fez até chegar lá. O grande sonho dele. Ser presidente. Pensei comigo, este cara lutou muito para isso, é nordestino, sofreu, é aliado com caras tipo Fidel (rebeldia e luta contra os EUA). Achei que a coisa poderia mudar. Pois bem, entrou, prometeu acabar com a fome do nordeste (de onde ele veio), prometeu melhor educação, segurança, saúde e principalmente, combater a corrupção. Pois é, vamos lembrar: Fome zero, uma farsa. Educação, nem comento. Ele já mandou de cara a frase: "Sou um vitorioso, meu primeiro diploma é de presidente".
Grande incentivo, hem? Segurança...meu Deus. Né? Corrupção? Todos aqueles que ele convidou para formar sua equipe foram derrubados por envolvimento com a corrupção. E saúde? Foi tão bem cuidada por ele que quando saiu foi se cuidar com médicos particulares, bem longe da saúde pública. Sistema de saúde que ele acabara de deixar.
Não estou aqui queimando o Lula. Não é isso. Só usei como exemplo próximo. Poderia usar FHC, Collor, ou qualquer outro político. O que quero dizer é que acabam sendo todos iguais. Que não importa se são de direita ou de esquerda, ou do meio, ou sei lá de onde. Acaba tudo sempre dando na mesma. O Brasil só vai mudar a longuíssimo prazo. Coisa para séculos. E sendo assim, não fico me preocupando. Me envolvendo com ações políticas. Politicagens! Não tenho tempo. Prefiro viver um pouco melhor longe disso tudo.
Outra coisa que me incomoda muito é obrigatoriedades. A mais grave é a obrigatoriedade de votar. Como assim? É democracia, república, militarismo ou ditadura? O que estamos vivendo afinal? Eu sou obrigado a votar! Pense nisso.

Bom, cada um com sua maneira de pensar. Eu poderia escrever aqui durante horas sobre minhas convicções. Travaria uma guerra com quem quer que fosse, mas vou ficando por aqui. Com certeza voltarei a escrever sobre isso.
Aos que pensam diferente de mim, não me odeiem. Pensar diferente é a grande solução para nosso país.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Mudança de Clima

Hoje cedo uma das chamadas do telejornal foi sobre o clima de Brasília. Estamos na transição. O clima vai começar a ficar seco e frio. O que para mim, particularmente, é má notícia. Sofro muito nesta época seca. Minha sinusite dá sinais de vida e meus pulmões me lembram da minha bronquite de infância. Fui uma criança muito doente. E estou ficando um velho igual. Será? Sei não. Apesar de tudo isso, me sinto forte. Passei por muitas provações neste sentido. Tive muitas doenças brandas e graves. Estar aqui hoje é um milagre. E também resultado de muita dedicação dos meus finados pais. Dei muito trabalho. Aliás, quando meu pai queria me ofender dizia isso - Você deu muito trabalho... Talvez por isso, eu tenha crescido tentando ser o mais independente possível. Não suportava depender de qualquer pessoa para alguma coisa. Talvez seja isso. Mas é como dizem, não me matou e me deixou mais forte.
Neste ano faço quarenta. Penso muito nisso. As vezes paro e fico repassando minha vida. Sou nostálgico. Admito. Mas faço isso como forma de aprendizado, de avaliação pessoal. Sei de cor meus defeitos, minhas virtudes, meus temores etc. A minha maior luta é contra mim mesmo. Fico pensando no dito que diz que a vida começa aos quarenta. Estou bem perto de saber se é verdade. Antes meus ídolos eram os jovens. Rockeiros, jogadores, lutadores. Hoje é bem diferente. Fico observando e estudando os que chegaram a velhice. Os que souberam lutar contra tudo. Principalmente contra si.
Quero ser um velhinho assim. Com muitas vitórias.
E vamos lá. Deixe eu me preparar para a seca.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Coicidências?

Não sou de acreditar em coincidências. Acho que tudo o que acontece é consequência. Consequência de escolhas, atos e,principalmente, do nosso pensamento. Nós pensamos, e colocamos no universo uma força. Que por consequência,  age e causa reações. 
Bom, lendo o livro: Páginas Manchadas de Vinho, do mestre  Charles Bukowski, conheci uma de suas influências. E isso me atraiu de imediato. Em um dos textos do livro, ele menciona John Fante. E Diz que ele é o melhor escritor que já tinha lido. O texto é bem pesado, mostra o escritor em decadência, já no fim da vida. Pobre e debilitado. E o “Buck” causa um renascimento dele. Consegue uns manuscritos e convence seu editor de publicá-los. Dois livros foram lançados. Logo em seguida Fante falece. Fiquei com isso na cabeça. Queria saber que escritor era este, o cara que influenciou tão fortemente o escritor que eu gosto.
No sábado passado, saí da escola onde dou aula de desenho, ás 13h, passei na padaria que fica na esquina do prédio, comprei uma cerveja ( o calor estava rachando) e me direcionei para o estúdio de tattoo onde trabalho. No percurso sempre paro em uma banca que fica entre as quadras. Dei meu giro pelas revistas e jornais. Sempre deixando por último os livros. Olhando o arsenal de livros de bolso que a banca possui me deparei  com o nome  John Fante. Não acreditei, pensei ser outro cara, outro com o mesmo nome. Peguei o livro e li a contra capa. E lá estava: “...veio à luz devido ao esforço de Charles Bukowski de resgatar a obra...”. Peguei e para minha surpresa, tinha mais um, justamente os dois livros que o “Buck” resgatou e que o texto dele mencionava. Comprei os dois. Aí, quando estou pegando o dinheiro na carteira, um livro ficou literalmente me encarando, “RUM: Diário de um Jornalista Bêbado” de Hunter S. Thompson. Li a contra capa, e coloquei no pacote. Comprei os três livros.
Fui andando e pensando em todo o acontecido. E no quanto nosso pensar age. É impressionante. Atraímos realmente aquilo que nos conectamos mentalmente.
A tarde passou, voltei para casa. À noite, fui para a casa de minha namorada. Na madrugada, liguei a TV e comecei a sapiar. Fiquei pensando nos livros e pensando em ler rapidinho os do Fante para depois pegar o RUM. Nesta de ficar passando de canal em canal começou a passar um trailer. Achei interessante e comecei a ver. Um filme com Johnny Depp? Sempre merece ser assistido. Aí veio a surpresa, o título do filme era: Diário de um Jornalista Bêbado.
Desliguei a TV e me virei de lado, tentando ficar com sono. Mas, pensando fortemente nos números da Mega Sena que tinha jogado. Pensamento, atraia só mas esta vez.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tempo

Você pode até pensar que sua vida é uma grande merda. Mas tudo (na vida) depende do ponto de vista. Acredite, a vida é muito curta – apesar desta frase ser extremamente batida, é a pura verdade. Nossa vida é cada dia. Cada dia que se vai, que passa, que deixa ou não alguma marca. Hoje me deu vontade de não olhar as derrotas, mas ver as vitórias, os acertos, o que tenho feito e fiz que me trouxe algum respaldo positivo. Percebi algo óbvio para alguns: que o tempo corrige coisas e atos com o seu passar. Vendo fotos antigas, me veio na cabeça algumas memórias. Histórias, pessoas, acontecimentos... Impressionante. O distanciamento nos faz ver tudo com mais clareza. O distanciamento, neste caso, é o tempo que passou. Nem consigo me lembrar de coisas ruins. Olho para as fotos e começo a sorrir. Se me esforçar muito, lembro-me do emprego que tinha na época, nas dívidas, do nome sujo, da busca e apreensão, da pensão, do salário comprometido, da prestação em atraso... Nada disso consegue apagar a alegria de ver as fotos e relembrar as coisas boas. O tempo, na verdade, é nosso maior aliado. Nos envelhece, o que também é algo bom (dependendo do ponto de vista), nos torna mais sábios, nos afasta dos problemas etc. Sejamos amigos do tempo. Sejamos felizes com o seu passar. Lembro-me que em uma das minhas sessões de análise a doutora me disse que nostalgia era prejudicial. Fiquei preocupadíssimo. Por que eu amo relembrar, reviver. Isso me preocupou muito. Hoje, vejo que tudo, tudo, depende da abordagem. Se você, como eu, é nostálgico, gosta de relembrar, faça isso de forma positiva. Colha ensinamentos. Duvido que isso venha a se tornar prejudicial. 
Bom, mas antes que você pense que estou aqui para dar concelhos, vou concluindo. Não sou exemplo de nada. Apenas compartilhei um ensinamento que a vida me proporcionou neste momento.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Foto Antiga


Revirando alguns álbuns antigos, encontrei algumas fotos de uma época que passou e deixou muitas marcas. Uma das fotos que encontrei foi a da minha primeira banda, Desintegration. Uma banda formada por quatro moleques loucos e com muita vontade de diversão.

Na época, eu estava ouvindo algumas bandas de peso. O Sepultura despontava como uma banda internacional, também tinha a Overdose, Viper e Sarcófago. Brasília ainda estava nos resquícios da era "Capital do Rock" onde as bandas mais faladas ainda eram as vindas do punk. Legião, Capital, Plebe e etc. Mas os moleques brasilienses não queriam mais isso. Estávamos na febre da distorção, da bateria rápida e com bumbos duplos e vocais guturais.

Depois de adquirir uma guitarra Jheniffer preta, marca nacional barata, eu passei a aprender palhetadas pesadas e bases arrastadas. Queria tocar Death e Thrash Metal. Passei alguns meses nesta luta até que decidi entrar em contato com outros moleques para começar um grupo. Na época, a internet não existia, para se formar uma banda, espalhávamos a notícia por meio boca-a-boca, ou recados colados nos estúdios, jornais, zines e lojas de metal. O primeiro que veio foi o Reynaldo. Ele estudava no colégio Elefante Branco com alguns amigos meus. Me apresentaram o moleque. Já gostei dele pelo visual, cabeludo, com uma camisa de banda. Ele tinha um material legal, muitos álbuns de bandas pesadas. E queria ser vocal. Ah, e sabia falar inglês, o que na época era um fator importante. Pois as bandas não cantavam mais em português. Depois veio o Jefferson. Ele veio por anúncio colado na Head Collection, loja onde trabalhava o CDC. Jefferson era guitarrista, disse que sabia tocar todas as músicas do disco do Sepultura, o Beneath the Remains. Foi aceito na hora. O Samuel, baterista, veio por intermédio do Jefferson. Os dois já estavam planejando montar uma banda. Então, apenas juntamos tudo. Faltava um baixista. Na época, baixista era o mais difícil. Ninguém queria tocar baixo. Era "palha". Meu irmão tinha um baixo que estava jogado de lado. Era um Jeniffer preto, bem surrado. Ou seja, como eu estava muito afim de ter uma banda, passei para o baixo. Então, nasceu o Desintegration. Reynaldo no vocal, Jefferson na guitarra, Samuel na bateria e eu no baixo. Nosso primeiro ensaio foi em um minúsculo estúdio que ficava no edifício Conic, o Cáustico Lunar. Mal cabiam os quatro moleques. Era super apertado, parecia um banheiro. E quando parávamos de tocar uma das caixas pegava uma rádio FM qualquer. Mas foi lá que começamos. Nosso primeiro ensaio foi em um sábado de manhã. Eu e Reynaldo fomos juntos, morávamos perto um do outro. Eu no Cruzeiro e ele na Octogonal. Chegamos mais cedo e ficamos esperando os outros dois. Em seguida chegou o Jefferson. Subimos para o estúdio. Depois de tudo pronto, chegou o Samuel. Eu tinha levado um pequeno gravador com uma fita bem velhinha. Queria registrar aquilo. Começamos a fazer alguns barulhos e depois tocamos algumas músicas que conhecíamos. O ensaio foi exatamente o que queríamos, uma zona sonora e muita diversão. Passamos duas horas brincando de tocar metal.

A banda existiu por alguns anos. Tocamos em vários shows na cidade. Lançamos duas demos que tiveram uma ótima aceitação. Recebemos diversos comentários positivos de zines e revistas. Como tudo que se inicia, um dia também acaba. O primeiro a sair foi o Jefferson. Deixou a banda para cuidar de um filho que estava a caminho. Precisou deixar o metal de lado e trabalhar muito. Desde então, as formações foram se sucedendo até que a banda acabou de vez. Deixou muita história e muita saudade. Mas, o mais importante e que todos os moleques cresceram e hoje continuam sendo grandes amigos.

Na foto, da esquerda para direita, Samuel, encostado no muro, Reynaldo no meio e eu na ponta. Tiramos esta foto em Taguatinga, perto da casa do Samuel. O Jefferson tinha acabado de sair. E quem tirou a foto foi nosso amigo Marco Aurélio, que depois veio ser baixista da banda, em sua última formação.